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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Informações da Contraf-CUT
A minireforma trabalhista que a Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (10), por 304 votos a 133 (Medida Provisória 1045/2021), permite a retirada de direitos e a redução salarial dos trabalhadores.
No pacote da maldade tem ainda um “presente de grego” para os bancários, que é a emenda 40, que ataca a jornada de seis horas e reduz o adicional das horas extras da categoria. Hoje, a legislação determina que a hora extra seja paga com adicional de 50% (segunda a sábado) e 100% (domingos ou feriados), direitos que seriam extintos.
Ainda pior
As alterações são ainda pior do que o projeto original aprovado no início da pandemia. “O projeto original previa apenas a renovação da vigência do Programa de Manutenção de Emprego e Renda, suspensão de contratos de trabalho e de redução proporcional de jornadas e salários em 25%, 50% ou 70%, da mesma forma como foi realizado no auge da pandemia da Covid-19, no ano passado. Mas, diversos ‘jabutis’ foram incluídos no projeto, que se transformou neste ‘frankenstein’”, denuncia Jeferson Meira, o Jefão, secretário de Relações de Trabalho da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).
A proposta, que terá destaques nesta quarta-feira (11) para somente então, em nova data ainda não confirmada, seguir para votação no Senado, sofreu mais de 400 emendas que alteram regras de contratação e demissão, restringem a fiscalização e reduzem as possibilidades de acesso à Justiça do Trabalho.
O “pacote de maldades” foi fruto de uma articulação entgre o ministro banqueiro Paulo Guedes e o relator do texto da Câmara, o deputado federal Christino Aureo (PP-RJ), da base governista.
“Esta é mais uma tentativa de mudar a jornada dos bancários, o que evidencia uma articulação dos banqueiros por trás desta proposta, extremamente lesiva aos trabalhadores. É preciso intensificar a mobilização para preservamos direitos históricos, conquistados com muita luta e sacrifício pelos bancários e demais categorias”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio José Ferreira. Além dos bancários, outras categorias com horários de trabalhos inferior a 8 horas também são atingidas pela emenda.
Os direitos atacados pela proposta do governo
O relatório aprovado nesta terça-feira cria o Regime Especial de Qualificação e Inclusão Produtiva (Requip), destinado a jovens de 18 a 29 anos sem registro na Carteira de Trabalho há mais de 2 anos, e a pessoas de baixa renda, oriundas de programas federais de transferência de renda.
Vantagens para os patrões - As empresas que “contratarem” pelo Requip ainda poderão deduzir o valor pago como Bolsa de Incentivo à Qualificação (BIQ) do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). As empresas poderão contratar até 15% do total do quadro de trabalho neste modelo, sem direitos.
Nem jovens escapam - A MP também cria outra benesse aos patrões, o Programa Primeira Oportunidade e Reinserção no Emprego (Priore), destinado à contratação de jovens de 18 a 29 anos e pessoas com idade igual ou superior a 55 anos, sem vínculo formal por mais de 12 meses.
Juntando o Piore (25%) e o Requip (15%), as empresas poderão contratar até 40% de seu quadro funcional por meio desses dois modelos que não pagam sequer um salário mínimo, sem direito a férias e a indenizações trabalhistas.
Sem fiscalização - Pelo texto, pequenas e microempresas, ou cooperativas, que tenham no local de trabalho até 20 funcionários, só serão autuadas na segunda vez que um auditor encontrar a mesma irregularidade. Se o fiscal descumprir a regra e multar na primeira vez, o auto de infração será anulado.