Terça, 20 Julho 2021 16:07
A GENTE QUER COMIDA

Empresários e trabalhadores reagem contra fim da isenção de tíquetes refeição e alimentação

Além de sindicatos de trabalhadores, associações comerciais e donos de bares e restaurantes também criticam proposta da reforma tributária de Bolsonaro
Os tíquetes refeição e alimentação tornaram-se um benefício importante para a vida do trabalhador brasileiro Os tíquetes refeição e alimentação tornaram-se um benefício importante para a vida do trabalhador brasileiro

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A proposta de reforma tributária do Governo Bolsonaro elaborada pela equipe do ministro da Economia Paulo Guedes, ao prever o fim dos benefícios fiscais para empresas que concedem tíquetes refeição e alimentação aos seus empregados poderá gerar prejuízos não apenas aos trabalhadores que recebem o benefício, como é o caso dos bancários, que usam os tíquetes para comer nos dias úteis e fazer comprar nos supermercados. Criado para compensar a redução de impostos para empresas, a proposta do relator do projeto, deputado federal Celso Sabino (PSDB-PA) terá efeito desastroso para a economia e vai elevar ainda mais o desemprego no Brasil.

Associações comerciais, donos de bares e restaurantes de todo o país protestaram contra a medida. Alguns empresários do setor das indústrias também se manifestaram contra o fim do benefício.

Política recessiva

Segundo estudo encomendado pela Associação Brasileira de Benefícios ao Trabalhador, que reúne empresas como Alelo, Sodexo, VR e Visa Vale, a extinção da isenção fiscal dos vales alimentação e refeição poderá levar ao fechamento de milhares de restaurantes.

O número de estabelecimentos gerados devido aos inventivos fiscais poderia despencar dos atuais 200 mil para 100 mil em dois anos, ou seja, cair pela metade. Segundo a pesquisa, a cada 100 trabalhadores beneficiados, um restaurante novo é criado. A avaliação é de que, se aprovado o projeto do governo, cerca de 40% dos trabalhadores poderão perder seus tíquetes.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro José Ferreira criticou a proposta do governo.

“Como o Governo Bolsonaro não tem uma política de retomada do crescimento econômico e só pensa em como arrecadar ante sua política recessiva que impede o desenvolvimento, o ministro Paulo Guedes que reduzir impostos das empresas e, mais uma vez, que o trabalhador pague a conta com a perda de mais um direito”, disse o sindicalista, destacando ainda que a medida vai gerar mais falências no setor de restaurantes, elevando ainda mais o desemprego no país.

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