Segunda, 19 Julho 2021 20:10

Banco do Brasil apresenta programa de gerenciamento de carteiras

Olyntho Contente*

Imprensa SeebRio

O projeto piloto para a implantação de um novo sistema de “acompanhamento e gerenciamento de carteiras”, o “Indução”, foi apresentado pelo Banco do Brasil na última sexta-feira (16), à Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB). Participaram do início do encontro, o novo vice-presidente do banco, Ênio Mathias, e o novo diretor de pessoas, Thiago Borsari. Foi também apresentado um programa de “requalificação dos funcionários com foco no desenvolvimento de competências digitais”, chamado "Movimento Evolution”.

O projeto “Indução” teria como finalidade, segundo explicaram os representantes do BB, “aprimorar os mecanismos de acompanhamento de desempenho dos funcionários e ampliar o alinhamento à estratégia corporativa, gerar maior foco no cliente, eficiência nos processos e trazer resultados sustentáveis para o banco”. Para o coordenador da CEBB, João Fukunaga, o problema não está no mecanismo criado pelo banco para acompanhamento do desempenho, mas nas metas inatingíveis que massacram os funcionários.

Rita Mota, também integrante da CEBB, lembrou que as metas são abusivas, cobradas através de uma pressão sistemática, causando, ainda, constrangimento aos funcionários que se veem obrigados a vender produtos que muitas das vezes não interessam aos clientes. Esta pressão e este constrangimento impõem uma situação psicológica geradora de adoecimento. “O banco tem que mudar esta realidade, consultando quem está na ponta, no atendimento, e sabe das reais necessidades da clientela de cada praça e, a partir daí, estabelecer metas factíveis, sem pressão e assédio”, argumentou.

Fukunaga ressaltou que estas metas são aplicadas ao projeto, o que deixa a boa intenção não tão boa assim. No seu entender, para que o “Indução” fique bom, o banco tem que começar a definir as metas com a participação dos funcionários e de sua representação sindical. “Aí sim será possível haver foco no cliente, aí sim os funcionários não serão obrigados a empurrar produtos para clientes que não precisam deles”, afirmou.

Papel social

Para Fukunaga, o Banco do Brasil precisa ressaltar seu papel de banco público, não podendo focar sua atuação apenas em questões do mercado. “Precisa cumprir seu papel social. Ao estabelecer metas não pode considerar apenas ‘pontuação de produto’ e retorno para o banco, tem que considerar também a questão social”, disse.

Como esta nova ferramenta visa, ao final, o pagamento das gratificações do Programa de Desempenho Gratificado (PDG), a CEBB frisou que o atual PDG não é nada transparente, pois as regras mudam constantemente e que isso só pode ser superado com a definição de forma clara e transparente, juntamente com o movimento sindical, das regras que beneficiem os funcionários. O banco quer marcar uma reunião para ouvir mais sobre o tema.

Evolução para todos

Já o “Movimento Evolution”, foi criado, basicamente, visando capacitar os funcionários para exercer suas, ou novas tarefas em um mundo cada vez mais digital. O projeto disponibiliza a plataforma “Alura” para a formação e os cursos devem ser realizados durante o expediente de trabalho. As competências digitais adquiridas pelos funcionários serão consideradas na evolução de suas carreiras no banco.

O projeto recebeu elogios da CEBB, que defendeu que a formação deve ser extensiva a todos os funcionários, inclusive aos das agências, para que também possam evoluir na carreira na medida em que realizam os cursos.

“É algo inovador de fato. A plataforma é interessante para cursos. Sabemos que as pessoas que trabalham nos departamentos vão conseguir aproveitar. Mas, como os funcionários que trabalham em agências com filas enormes vão fazer os cursos? O gerente vai deixar um funcionário fazer o curso enquanto a fila cresce? Vai deixar fazer o curso e não ficar cobrando metas? Se o banco não for claro nesta orientação, a capacitação ficará limitada ao pessoal dos departamentos”, observou o coordenador da CEBB.

O banco também informou que, agora no segundo semestre, voltam a ser oferecidas bolsas de estudo aos funcionários e que as mesmas haviam sido suspensas em decorrência da pandemia.

Assuntos importantes

Ao final da reunião, a Comissão dos Funcionários apresentou uma relação de questões a serem tratadas na próxima reunião com o banco, como o acerto no pagamento de caixa, questões de carreira e salário envolvendo gerentes de serviços de pequenas cidades do interior, a volta da ameaça de envio de funcionários para banco de horas negativo como forma de cobrança de metas e a oferta pela Cassi do novo plano Cassi Essencial para os novos funcionários.

Não foi definida data para a próxima reunião, mas os representantes do banco disseram que alguns dos pontos já estão sendo discutidos e, assim que houver alguma novidade sobre eles a CEBB será informada.

*Com informações da Assessoria de Comunicação da Contraf-CUT.

Mídia