Quinta, 04 Fevereiro 2021 23:02

Plenária indica à assembleia do BB, desta sexta, aprovação de greve de 24h contra o desmonte

Plenária: participantes avaliam que privatização já começou Plenária: participantes avaliam que privatização já começou

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

Em plenária na noite desta quinta-feira (4/2), os funcionários do Banco do Brasil indicaram a aprovação, na assembleia virtual nacional que o funcionalismo do BB faz nesta sexta-feira, da proposta de greve de 24 horas, no próximo dia 10, e decretação do estado de greve, ambas como parte da luta contra o desmonte do banco. A assembleia virtual será nacional e feita através do link do Vota Bem bancariosrio.votabem.com.br, de 8 às 18 horas desta sexta-feira. Para participar, basta clicar no link.

A plenária indicou, ainda, outras formas de mobilizar para a luta contra o desmonte, como cartazes, carro de som, carta à população e comunicar à grande imprensa a luta contra a reestruturação. E também unificar a mobilização com a de outras categorias de estatais e servidores públicos também atingidos pelo governo Bolsonaro.

Tanto a decretação do estado de greve, quanto a paralisação de 24 horas, foram propostas feitas pela Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) dando continuidade à luta nacional para barrar o plano de reestruturação do banco. Rita Mota, diretora do Sindicato e da CEBB, fez questão de frisar que este é o momento de barrar a reestruturação que é a preparação da privatização do banco.

Lembrou que as mobilizações do funcionalismo têm incomodado o governo federal. “O Banco do Brasil tem uma história que nós, funcionários, ajudamos a construir. Somos respeitados por toda a sociedade. Quando nos juntamos e nos mobilizamos, o governo fica receoso”, argumentou.

A dirigente fez referência a uma campanha sórdida sobre os salários dos funcionários do BB serem muito altos que o governo começou a orquestrar pela imprensa, como resposta à paralisação e aos protestos da semana passada. “Este é o momento de ir para cima. Além das mobilizações, a Contraf-CUT está acionando o Ministério Público do Trabalho (MPT) para intermediar uma negociação, já que a direção do BB e o governo se negam a isso. A reestruturação foi feita entre quatro paredes, tudo às escondidas. Queremos saber os detalhes deste plano”, afirmou.

Não apenas a dirigente, mas todos os participantes da plenária defenderam que nas mobilizações, cartazes, cartas à população, lives e contatos com parlamentares o governo Bolsonaro seja responsabilizado pelas 5 mil demissões e pelo fechamento de cerca de 400 agências do BB. “Bolsonaro vai ter que dizer porque está atacando um banco público com a força e a história do Banco do Brasil. Vai ter que explicar porque está fazendo isto em plena pandemia, se lixando para a população”, afirmou.

Privatização já começou

Várias falas na plenária enfatizaram que para um setor do BB ainda não caiu a ficha de que a reestruturação é o começo da privatização e que, com a privatização, não vai sobrar ninguém no BB. “O processo de privatização é real, já se iniciou. É possível deter este processo, mas não trabalhando como se nada estivesse acontecendo. Conquistamos o direito de contribuição patronal na Cassi e Previ que foram criadas por iniciativa dos funcionários. Passando a privatização, e ela começa com essa reestruturação, seremos todos demitidos, como aconteceu com todas as estatais, inclusive nos bancos, como o Banerj e o Banespa”, lembrou.

A diretora do Sindicato, Vera Luiza Xavier, durante a plenária, fez uma analogia entre a privatização do Banerj e a do BB. “Olhando hoje o que está acontecendo com o Banco do Brasil, passa um filme na minha cabeça porque é a mesma coisa que aconteceu com o Banerj. O BB está sendo minado por dentro. Começou o processo de privatização. Algumas pessoas tem noção do que está acontecendo e reagem. Mas outros têm medo de fazer alguma coisa. Foi isso o que aconteceu com o Banerj” lembrou. Clique aqui para ler a matéria sobre o depoimento da dirigente.

 

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