Quarta, 12 Fevereiro 2020 18:33

No Rio, paralisação marca Dia de Luta Contra Reestruturação do BB

A indignação contra a reestruturação imposta através do ‘Programa Performa: Desempenho e Reconhecimento’ levou os funcionários do Banco do Brasil a realizar protestos em todo o país, como parte do Dia Nacional de Luta, convocado pela Contraf-CUT e sindicatos. As manifestações foram também contra a privatização do BB da qual o Performa é uma preparação, na medida em que reduz a folha de pagamentos para tornar a venda mais atraente aos grupos privados. 

No Rio de Janeiro houve paralisação com manifestação no prédio do banco na Rua Senador Dantas (Sedan). Para prestar solidariedade aos funcionários do BB e como forma de unificar a luta em defesa das estatais, também participaram do ato trabalhadores da Petrobras, em greve há 12 dias, contra demissões, sucateamento e privatização da empresa. A lógica do governo federal de sucatear, retirar direitos e cortar salários para depois privatizar é a mesma para todas as empresas públicas. Durante o ato foi lembrada a importância da participação na passeata desta quinta-feira (13/2) contra as privatizações. A concentração será às 17 horas na Candelária.

A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, lembrou que trabalhou no Bemge, banco do estado de Minas que antes de ser entregue ao Itaú passou por um processo de desmonte que antecedeu à venda. “É o que está acontecendo no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, sendo fundamental a participação de todos os funcionários para impedir que o governo retire direitos e feche unidades para depois entregar ao capital privado estes bancos importantes para o desenvolvimento econômico e social do país”, afirmou.

Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, frisou que a forte adesão do funcionalismo ao ato do Sedan e em todo o país foi uma consequência da indignação com o rebaixamento salarial que virá com a reestruturação. Acrescentou que o governo e a diretoria do BB querem fazer esta redução da remuneração da maneira mais rápida possível para enxugar a folha e atender a uma demanda dos grupos potencialmente interessados na compra. “O presidente do BB não esconde que quer privatizar o banco”, advertiu.

Entre outras medidas, o Performa reduz o valor das funções gratificadas e amplia a abrangência do Programa de Desempenho Gratificado (PDG), uma verba variável, que visa ‘premiar pela performance’ 40% do funcionalismo, deixando 60% de fora. Imposto, sem negociação ou prévia comunicação à Comissão de Empresa dos Funcionários e sindicatos, o ‘Performa‘ segue a lógica do presidente do BB, Rubem Novaes, de que é preciso adequar o banco à realidade do mercado, reduzindo a remuneração na base para ampliá-la nos cargos mais altos. O objetivo desta política seria ‘pagar salários maiores para atrair e reter talentos’.

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