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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ e Kátia Branco representando o Sindicato na manifestação de domingo
No último domingo, 7 de dezembro, foram realizados em todo o país protestos contra a violência sofrida pelas mulheres no Brasil e o elevado número de feminicídios. Sob o grito “Basta de violência!”, elas exigiram medidas mais efetivas dos governos, em todas as esferas, para enfrentar o drama vivido pelas trabalhadoras - muitas vezes vítimas dentro da própria casa.
No Rio de Janeiro, a manifestação ocorreu na orla de Copacabana.
A vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco, que participou da atividade, cobrou ações mais contundentes para pôr fim à escalada de violência contra as mulheres. “As mulheres vivem hoje no Brasil uma situação de terror. Somos discriminadas, violentadas e mortas por sermos mulheres. É uma realidade deplorável, que não pode mais continuar. É urgente que as autoridades e as instituições tomem providências imediatas para parar com essa matança e com todas as formas de violência contra as mulheres”, afirmou Kátia.
Números que assustam
O feminicídio no Brasil segue em patamares alarmantes, apesar de avanços na legislação, como a Lei Maria da Penha, e de medidas implementadas pelo poder público. Só em 2023, 3.903 mulheres foram vítimas de feminicídio. Em 11 anos - de 2013 a 2023 - foram registrados 47 mil homicídios de mulheres, o equivalente a cerca de 12 assassinatos por dia. Os dados constam no mais recente Atlas da Violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O Brasil é o quinto país do mundo em número de mortes violentas de mulheres.
Em 2024, segundo o Dossiê Mulher, a violência física, psicológica, sexual e moral vitimou 150 mil mulheres no país - uma média de 421 casos por dia e 18 por hora.
A presidenta da Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro), Adriana Nalesso, também avaliou a gravidade da situação e destacou a importância dos protestos realizados no domingo. “Durante o ato mais uma mulher estava perdendo a vida, uma senhora teve seu rosto desfigurado pelo ex-marido e estava a 13 dias lutando pela vida. A violência contra mulher está presente em todos os estratos sociais e em todas as faixas etárias, começa muitas vezes ainda na infância, precisamos dar um basta nisso”, destacou a dirigente sindical.
Avanços na categoria
Adriana Nalesso falou também dos avanços da categoria bancária na luta contra a violência que afeta as mulheres. “Não vão nos parar. Lugar de mulher é onde ela quiser. As bancárias podem contar com o Sindicato que tem atendimento especializado na área. Nós temos em nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) cláusulas que garantem a bancária vítima de violência doméstica, a possibilidade de transferência, linha de crédito diferenciada, atendimento jurídico e muito mais, o que representa um avanço da categoria”, concluiu Adriana.