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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Dirigentes sindicais bancários participaram das manifestações do Dia da Consciência Negra no Centro do Rio de Janeiro
Foto: Nando Neves
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Movimentos sociais e organizações do movimento negro realizaram, no feriado nacional desta quinta-feira, 20 de novembro, um ato público com manifestações políticas, religiosas e culturais afro-brasileiras em frente ao busto de Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio de Janeiro.
O palco da manifestação
Construído pelo antropólogo e educador Darcy Ribeiro durante o governo Leonel Brizola, o espaço tornou-se um ponto central das atividades em homenagem ao herói nacional Zumbi e às celebrações do Dia da Consciência Negra. O evento reuniu atrações culturais de música e dança, além de oferecer culinária afro-brasileira.
Bancários na luta
A atividade contou com a presença de ativistas, lideranças do movimento negro e teve a participação de dirigentes sindicais bancários. “Hoje é um dia para conscientizarmos toda a sociedade sobre a importância da luta contra o racismo e também para refletirmos sobre a violência que atinge as comunidades negras no Brasil”, afirmou o diretor executivo de Bancos Privados do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Robson Santos.
O diretor de Tesouraria do Sindicato, Jorge Lourenço, elogiou as manifestações culturais presentes no ato.
“Negros e negras têm um papel fundamental na formação cultural e na identidade nacional do nosso processo civilizatório singular. A história oficial precisa ser recontada a partir do olhar de negros e indígenas”, destacou Jorginho.
O secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, também participou do ato.
“Neste dia, é preciso denunciar que 86% das mortes em operações policiais no Brasil são de pessoas negras. A política de segurança do governador Cláudio Castro (PL) repete esta estratégia fracassada que não torna a cidade mais segura, mas ao contrário, apenas aumenta a violência”, afirmou.
Almir defendeu ainda educação em tempo integral para crianças e jovens e adolescentes, geração de empregos e renda, e o uso de inteligência e tecnologia nas operações contra o crime organizado como caminho para a pacificação social e o caminho para a igualdade de oportunidades.
Intolerância religiosa
O evento também foi marcado por homenagens às ancestralidades africanas e por denúncias da violência contra religiões de matriz africana, além de críticas ao racismo estrutural.
Discriminação nos bancos
O mercado de trabalho brasileiro, inclusive o sistema financeiro, segue revelando desigualdades profundas. “É inaceitável que, nos bancos, pessoas negras — especialmente mulheres negras — recebam em média salários inferiores aos de bancários brancos que exercem funções similares e enfrentem dificuldades de ascensão profissional por causa de sua raça”, criticou Almir.
Os números confirmam as críticas do sindicalista. Atualmente, bancários negros (pretos e pardos) ganham 24% menos do que colegas brancos.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pessoas pretas e pardas enfrentam taxas maiores de desemprego, recebem salários menores e estão mais expostas à informalidade do que pessoas brancas.
"Dia da Consciência Negra são todos os dias, na prática cotidiana da sociedade e dos governos", concluiu Almir Aguiar.