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Maria Izabel (terceira à direita) na mesa de negociação com o Itaú: cobrança pelo fim das demissões e fehcamento de agências, mais transparência nas metas e melhorias no teletrabalho
Foto: Contraf-CUT
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu com a direção do banco na terça-feira (18). O encontro abordou temas como teletrabalho, fechamento de agências e reestruturações internas. Os dirigentes sindicais reforçaram críticas às práticas abusivas e à falta de transparência do banco, que, segundo eles, têm impactado negativamente na saúde dos trabalhadores. A COE cobrou ainda estabilidade para os bancários.
A COE entregou ao Itaú um ofício com reivindicações para melhorar as condições dos bancários em regime remoto. Entre os pontos, foram destacadas a necessidade de regras claras sobre privacidade, transparência e mecanismos formais de feedback que evitem arbitrariedades, especialmente após as demissões feitas pelo banco em setembro motivadas por monitoramento excessivo. O banco demitiu, de forma unilateral, mais de mil trabalhadores que atuavam em home office, inclusive profissionais que cumpriam suas metas. Após as cobranças, o Itaú se comprometeu a construir, em conjunto com a COE, cláusulas específicas que garantam proteção efetiva aos bancários em teletrabalho.
Os sindicalistas voltaram a criticar o encerramento de agências físicas e a continuidade das demissões. O banco confirmou o fechamento de 241 unidades, restando outras nove em processo de encerramento. Segundo o Itaú, 79% dos trabalhadores impactados foram realocados, porém denúncias recebidas pelos sindicatos apontam que, muitas vezes, essa realocação ocorre em condições inadequadas. Ainda conforme o banco, 3% pediram demissão e 18% foram desligados. Para o movimento sindical, o número de dispensas é alarmante diante da elevada lucratividade do Itaú.
A COE relatou também casos de unidades superlotadas, com estrutura insuficiente para absorver o aumento de clientes e demandas. O acúmulo de funções tem tornado o trabalho insustentável, resultando em sobrecarga e adoecimento dos empregados. Os dirigentes criticaram ainda a falta de critérios no processo de fechamento das unidades, a ausência de diálogo com os trabalhadores e os prejuízos ao atendimento à população.
“Os que mais sofrem com o fechamento de agências são os idosos, aposentados e a população mais pobre, que dependem do atendimento presencial”, destacou Gilberto Leal, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio.
A COE também apontou falta de transparência na avaliação de metas, o que abre espaço para subjetividade, punições arbitrárias e insegurança. As mudanças constantes nas rotinas, metas e atribuições ampliam o clima de incerteza entre os bancários, alimentado ainda pelo medo das demissões.
O Itaú informou que, até 2030, passará a operar estruturado em seis segmentos: Agro, Person, Média Renda, Massificado, Aposentados e Servidores. A COE questionou qual será o impacto dessas mudanças no dia a dia dos bancários e quais qualificações e treinamentos serão exigidos. Hoje, há falta de informação e metas consideradas incompatíveis com o novo modelo, o que tem contribuído para o adoecimento e a rotatividade no banco.
Os representantes dos trabalhadores cobraram responsabilidade social do Itaú em relação aos funcionários e clientes. “A política do Itaú tem desorganizado o trabalho, precarizado o atendimento e colocado milhares de bancários sob pressão constante. Quem construiu o banco e seus lucros recordes merece respeito, condições dignas e segurança. O que estamos vendo é o oposto disso”, afirmou Valeska Pincovai, coordenadora da COE Itaú.
O Itaú apresentou os resultados da compensação semestral do Banco de Horas. A COE cobrou a retomada das reuniões do GERA, espaço considerado fundamental para corrigir distorções e proteger os trabalhadores. O banco se comprometeu a agendar uma nova rodada de discussões para discutir este e outros temas.