Sexta, 07 Novembro 2025 13:38
SAÚDE DO TRABALHADOR

Sindicato firma convênio com a UERJ para pesquisa sobre doenças do trabalho

Categoria bancária está entre as mais afetadas por doenças ocupacionais, segundo números do INSS
Mario Dal Poz, diretor do Instituto de Medicina Social da UERJ, falou da pesquisa que será feita sobre doenças vinculadas à atividade profissional das categorias mais afetadas, entre elas a bancária. José Ferreira e Edelson Figueiredo estiveram na plateia acompanhando a explanação Mario Dal Poz, diretor do Instituto de Medicina Social da UERJ, falou da pesquisa que será feita sobre doenças vinculadas à atividade profissional das categorias mais afetadas, entre elas a bancária. José Ferreira e Edelson Figueiredo estiveram na plateia acompanhando a explanação Foto: Marianna Teodoro

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Na última quinta-feira (6), o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro assinou um convênio com a UERJ para a realização de um estudo intitulado “Condições de Trabalho e Doenças Relacionadas ao Trabalho”. Participam do convênio também os sindicatos da categoria de Niterói e da Baixada Fluminense, além da Área Médica da Polícia Militar do Rio de Janeiro e o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ).

Categorias como bancários e policiais militares figuram entre as que mais sofrem com doenças da mente decorrentes da atividade profissional.

Pesquisa com trabalhadores

O programa será realizado por meio de uma pesquisa, que será divulgada em breve. Bancários e bancárias poderão participar. A participação será anônima e acessível, com processo simples e seguro.

Números do INSS

Segundo dados do INSS, a categoria bancária está entre as cinco com maior número de afastamentos por transtornos mentais no país. De 2012 a 2024, os gerentes bancários ocuparam a segunda posição no ranking de afastamentos por saúde mental e de 2023 a 2024, os afastamentos por transtornos mentais saltaram de aproximadamente 283 mil para 471 mil, um aumento de cerca de 66% em apenas um ano.  “O trabalhador está o tempo todo acelerado acima do normal. Chega um momento em que ele não consegue mais dar conta das metas e da pressão que o banco impõe. Muitos só revelam o adoecimento quando já não conseguem esconder por medo de serem demitidos. Isso nos preocupa, e por isso queremos trazer esse debate para a sociedade e para a categoria”, afirmou o presidente do Sindicato do Rio de Janeiro, José Ferreira.

Categoria adoecida

O diretor executivo de Saúde do Sindicato, Edelson Figueiredo, descreveu a situação dramática dos bancários adoecidos em função de metas desumanas e assédio moral: “Os bancos insistem em querer desvincular o adoecimento da categoria da atividade profissional, mas os dados oficiais do INSS provam a veracidade das denúncias do movimento sindical. É cada vez maior o número de trabalhadores de banco adoecidos devido à pressão para o atingimento de metas, à sobrecarga de trabalho e ao medo de ser demitido”, explicou Edelson.

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