Sexta, 03 Outubro 2025 12:30
NOVOS DESAFIOS

Conferência Nacional debate Inteligência Artificial e impactos sobre o trabalho

Evento em São Bernardo do Campo tratou também do combate à desinformação e redução do poder das Big Techs na mediação social
A Conferência realizada em São Bernardo do Campo debate a necessidade de políticas de proteção ao emprego e combate às fakes news em relação ao avanço da Inteligência Artificial na sociedade A Conferência realizada em São Bernardo do Campo debate a necessidade de políticas de proteção ao emprego e combate às fakes news em relação ao avanço da Inteligência Artificial na sociedade Foto: Contraf-CUT

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Informações da Contraf-CUT

 

Começou na última quinta-feira (2) e segue até sexta-feira (3), na Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo, a abertura da 1ª Conferência Nacional por Inteligência Artificial com Direitos Sociais. O encontro reúne representantes do movimento sindical, universidades, conselhos profissionais, parlamentares e entidades da sociedade civil para discutir os impactos da inteligência artificial no mundo do trabalho e formular propostas que assegurem proteção social, democracia digital e justiça tributária.

O evento é organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em parceria com o Instituto Nacional por Inteligência Artificial com Direitos Sociais (INIADS Brasil), e o objetivo é incluir os trabalhadores no centro das decisões sobre a regulação da IA.

“A inteligência artificial pode transformar profundamente o mundo do trabalho, mas é fundamental que essa transformação seja guiada pela defesa dos direitos dos trabalhadores e pela justiça social. Estamos comprometidos em liderar essa discussão para garantir que o futuro seja justo e inclusivo para todos”, afirmou Moisés Selerges, presidente dos Metalúrgicos do ABC.

Setor bancário

O presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Gheorge Vitti, apresentou o painel “Inteligência Artificial, Bancos e o Futuro do Trabalho” e destacou como a Inteligência Artificial (IA) e a IA Generativa (GenAI) já estão transformando o setor bancário, especialmente no Brasil, com o aumento dos investimentos em tecnologia, a reconfiguração dos canais de atendimento e a centralidade da IA como motor de inovação e eficiência. Ele alertou para os impactos dessa transformação no emprego bancário, trazendo dados sobre a evolução das ocupações em tecnologia e sobre a redução de funções tradicionais. Ressaltou ainda, a “necessidade de políticas de qualificação profissional, mitigação de riscos e regulação responsável da IA mencionando o PL 2.338/2023 e o Plano Nacional de Inteligência Artificial”.
“A tecnologia pode ser um instrumento de inclusão ou exclusão. Depende de como a sociedade decide utilizá-la. Para nós, trabalhadores e sindicatos, é fundamental garantir que a inteligência artificial venha acompanhada de diálogo social, negociação coletiva e proteção dos empregos. Só assim conseguiremos transformar esse processo em oportunidades, e não em mais desigualdade”, explicou Vitti.Envolver a sociedade

Em âmbito nacional, o debate busca consolidar uma agenda que envolva sete segmentos sociais: movimento sindical, conselhos profissionais, universidades públicas, instituições de pesquisa, sociedade civil, parlamentares e mídia progressista.

Agenda estratégica

Os debates da conferência giram em torno de quatro eixos principais: Impactos da IA sobre empregos e relações de trabalho, especialmente em economias emergentes como o Brasil; formulação de reivindicações que garantam proteção aos trabalhadores e distribuição justa dos ganhos de produtividade; soberania digital e de dados, com foco em infraestruturas públicas e tecnologias abertas e combate à desinformação e redução do poder das Big Techs na mediação social.

Participação de Juvandia

Nesta sexta-feira (3), os debates continuam com a mesa “Sindicalismo e a Luta por Direitos Sociais e Sindicais na Era da IA”, que terá a participação de Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT Nacional, e Wellington Damasceno, diretor administrativo e financeiro dos Metalúrgicos do ABC. A atividade discutirá os desafios do movimento sindical diante das novas tecnologias e a importância de construir uma transição digital justa, democrática e inclusiva.

 

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