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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A conselheira eleita pelos empregados no Conselho de Administração (CA) da Caixa Econômica Federal, Fabiana Uehara Proscholdt, encerrou o ciclo de debates pela manhã durante o Encontro Regional RJ dos Empregados da Caixa, realizado neste sábado (8) no Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
Em sua fala, Fabiana destacou que tem ocorrido muitas mudanças dentro do banco e isso tem reflexos no dia a dia dos empregados. E essa modificação está vinculada diretamente as transformações tecnológicas.
Papel e importância do representante eleito
A representante tem direito a voz e voto nas reuniões do CA, contribuindo com a definição de diretrizes e objetivos da empresa, assim como na avaliação de resultados e desempenho da gestão. Atua como elo entre os trabalhadores e a alta administração, trazendo ao conselho a perspectiva dos empregados sobre temas relevantes para a organização.
Por determinação da legislação não pode participar de discussões e deliberações que envolvam temas como remuneração, benefícios, previdência complementar e relações sindicais, para evitar conflitos de interesse. "Entendo isso ser um equivoco da lei pois todos os demais conselheiros também estão lá indicados por algum interesse. Temos que mudar a legislação e o representante eleito participar de todos os debates e decisões" disse Fabiana
"Muito colega acha que por ser representante eleita tenho um gabinete e equipe para trabalhar comigo. O que poucos sabem é que não sou liberada (como os que me antecederam), assim como todos os demais empregados tenho minha carga horária, tenho metas, tenho equipe e responsabilidades. Mas, apesar de ser mais corrido, estar no dia a dia me faz conhecer ainda mais a nossa empresa, a cultura empresarial... Todos esses conhecimentos, alinhados ao meu passado sindical, me empoderam a ter uma voz extremamente ativa no Conselho de Administração. Mesmo que as vezes meus pares lá discordem de meus posicionamentos", relatou Fabiana.
Ela também ressaltou o desafio que o movimento sindical enfrenta para acompanhar as rápidas transformações no mundo do trabalho. “É urgente que o movimento amplie a comunicação com os bancários, especialmente nos debates sobre a adaptação dos trabalhadores às novas tecnologias", disse, citando o debate "GT Bancário do Futuro". "Esse debate está ainda insipiente no movimento, entretanto já é a realidade no dia a dia dos colegas. E cada vez mais a Caixa incentiva que todos usem a IA, eu mesmo uso todos os dias", disse.
Ela abordou também o futuro da Caixa como instituição pública: “Fazemos corretamente a defesa da ‘Caixa 100% Pública’, mas o que isso de fato quer dizer? Temos que esmiuçar 'qual Caixa nós queremos' pra que eu possa aprofundar esse debate no Conselho de Administração. Temos que ter a ótica da sociedade e também a dos empregados, ainda mais considerando que nós trabalhadores continuamos adoecendo".
O futuro dos bancários
Fabiana destacou que a Caixa está passando por transformações profundas. “As funções de caixa e tesoureiro irão acabar, independente do desejo do movimento sindical. O mercado está dizendo isso. Temos que debater o futuro não só dos colegas que ocupam hoje essas funções, mas de toda a estrutura, lutar para que ninguém tenha perda salarial e que todos possam ter encarreiramento. A tecnologia já faz parte do dia a dia dos empregados e é uma meta para todos nós”, acrescentou, lembrando que a Caixa é uma das instituições financeiras mais atrasadas em termos de tecnologias.
Apoio dos trabalhadores
No CA, Fabiana explicou que seu papel é fazer o contraponto nas pautas que chocam com o que é defendido pelos empregados e entidade sindicais e associativas. “No CA, faço contrapontos baseados não só considerando a avaliação técnica, mas também considerando minha vivência nas entidades sindicais. Para além disso, acredito na representação olhando olho no olho e é por isso que quando sou convidada pra um evento, negocio na minha unidade e tento ir antes pra visitar as unidades e ver as muitas realidades em nosso país".
"Claro que não posso ir a todos os lugares, mas estou presente no Teams, outlook, mídias e zap, logo me contatem também nesses canais. O que eu puder ajudar a resolver estou à disposição do colega. Não estou lá para substituir o movimento sindical, mas, por ter maior proximidade com a administração do banco, posso contribuir com as demandas dos empregados. O movimento atua por um lado e eu por outro, mas sempre juntos" reafirmou Fabiana.
Derrubada do teto do Saúde Caixa
Fabiana também mencionou a luta pela derrubada do teto de 6,5% do Saúde Caixa, e que foi eixo de sua campanha. Ela lembrou que essa proposta foi aprovada no CA, mas instâncias superiores decidiram manter o limite. “Faltou maior articulação política com o governo federal para avançarmos nessa questão. Mas a luta continua, todos os direitos que conquistamos foi com a luta coletiva e vamos continuar lutando pela derrubada deste teto”, enfatizando a importância de os empregados participarem ativamente da organização e da luta da categoria.
Os participantes do encontro expressaram preocupação também com as novas reestruturações na Caixa e defenderam um debate contínuo e mais aprofundado dentro do movimento sindical.
Ao final de sua fala, Fabiana pediu o apoio dos empregados para que enviem subsídios e demandas à sua representação no CA, a fim de fortalecer a sua atuação em favor dos colegas.
Delegados para o Conecef
Na parte da tarde, os participantes do Encontro Regional iniciaram a eleição da delegação que representará o Rio de Janeiro no 40º Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa), que será realizado nos dias 21 e 22 de agosto de 2025, em São Paulo. Durante o encontro, também foram debatidas e votadas as propostas que serão levadas ao congresso nacional dos empregados