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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
O ato público que lotou a Praça XV, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (10/7) – inicialmente previsto para protestar contra o Congresso Nacional, por aprovar projetos contra os trabalhadores e toda a população, e se negar a fazer o mesmo com propostas do governo Lula que beneficiam o povo – acabou se transformando, também, em um ato de repúdio ao governo Donald Trump.
O presidente de extrema-direita dos Estados Unidos chantageou o governo brasileiro, impondo ao Brasil uma tarifa adicional de 50% sobre as exportações para os EUA. Foi uma forma de pressionar o país e tentar fazer com que o Supremo Tribunal Federal (STF) voltasse atrás no processo que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro como o principal mentor da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, a quem o presidente dos EUA classificou como ‘perseguido político” em carta enviada nesta quarta-feira (9/7) ao presidente Lula.
Do alto do caminhão de som, José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, saudou os trabalhadores de diversas categorias presentes à manifestação da Praça XV, como bancários, petroleiros, servidores da saúde, da educação, portuários, sem-terra e sem teto, além de deputados federais, estaduais e vereadores e militantes do movimento “Vida Além do Trabalho” que defende o fim da escala 6X1.
“Hoje vivemos um momento histórico muito importante em que ocupamos as ruas das principais cidades do país, para denunciar a maioria do Congresso Nacional que tem se posicionado seguidamente contra os trabalhadores e a população mais pobre, negando-se a acabar com a jornada 6X1, que escraviza os trabalhadores; que se nega a taxar os super ricos e a aprovar a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Mas lotamos esta praça também para repudiar o governo Trump que tenta impor ao Brasil que abra mão de julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro, chantageando com 50% a mais de tarifa sobre nossos produtos. Estamos aqui para dizer que o Brasil é dos brasileiros e que não aceitaremos a intromissão nos assuntos internos do nosso país”, afirmou Ferreira.
A taxação foi articulada pela família Bolsonaro, sobretudo a partir da ida do deputado Eduardo Bolsonaro para os Estados Unidos, por temer ser preso no Brasil por participar da tentativa de golpe de Estado. O deputado Reimont (PT-RJ) classificou estas articulações como uma traição dos Bolsonaro contra o Brasil e o seu povo. “A família Bolsonaro deveria ir para a cadeira por trair o nosso país, por tramar desestabilizar o Brasil para dar um golpe com o apoio do governo dos Estados Unidos. Mas não vamos permitir. Por isto estaremos a partir de hoje nas ruas para defender o Brasil e impedir novas intervenções externas”, afirmou.
O parlamentar acrescentou que infelizmente é preciso dizer que com a união da direita com a extrema-direita não se deve esperar nada da maioria que se formou no Congresso Nacional. “Por isto temos que ir para as ruas e para as redes sociais denunciar os parlamentares que estão de costas para o povo, que são inimigos do povo, para só assim vermos aprovadas questões importantes como o fim da jornada 6X1, a taxação dos super ricos e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil”, afirmou.
O presidente da CUT do Rio de Janeiro, Sandro César, disse que a família Bolsonaro é uma vergonha para o Brasil. “Foram para os Estados Unidos pedir a Donald Trump que interfira no Judiciário brasileiro, através da chantagem da tarifa adicional de 50%, que vai prejudicar empresas, grandes produtores agrícolas, de carne, ovos, ferro, aço, entre outros produtos, o que deve causar grandes prejuízos ao país, a empresas e perda de empregos”, alertou.
A deputada Talíria Petroni (PSOL-RJ), disse ser preciso defender a soberania nacional. "Não vamos aceitar a intromissão de Trump. Aqui como lá, a extrema-direita é inimiga do povo”, advertiu. Já o deputado Henrique Vieira (PSOL-RJ), afirmou que só a volta do povo às ruas vai garantir a derrota da extrema-direita no Brasil, representada pela família Bolsonaro e seus aliados. Lembrou que Donald Trump representa a extrema-direita nos EUA, por isto a chantagem que fez para livrar da condenação o seu aliado Jair Bolsonaro.
Em relação ao Congresso Nacional acrescentou que a aprovação de projetos sempre contra os trabalhadores e a população mais pobre, mostra que a aliança entre os partidos da extrema-direita e o chamado Centrão, transformou Câmara e Senado em inimigos do povo. Afirmou que só grandes manifestações vão garantir a mudança deste quadro adverso em que o Congresso rejeitou importantes projetos do governo Lula, como a taxação dos super ricos e a isenção do IR até R$ 5 mil. “Não há cobrança de impostos sobre lucros e dividendos. Taxar os super ricos é o início da construção de uma sociedade menos injusta”, argumentou.
O presidente da CTB do Rio de Janeiro, Paulo Farias, classificou os atos desta quinta-feira pelo país como de fundamental importância para garantir a soberania e a independência contra pressões externas indevidas. “Sabemos que o que está por trás desta decisão do governo Trump é o desejo de colocar o Brasil de joelhos. Mas o presidente Lula já respondeu à altura ao dizer a ele que as questões brasileiras têm que ser resolvidas pelo povo brasileiro e suas instituições e a avisar que haverá taxações também por parte do Brasil”, lembrou.
Segundo o presidente da CTB, é preciso construir uma frente de unidade popular para derrotar a extrema-direita nas ruas e nas urnas, em 2026. “E não só garantir a reeleição de Lula, mas deputados e senadores dos partidos aliados para garantir a aprovação de projetos de interesse da populaçãp”, afirmou.
O deputado Tarcísio Mota (PSOL-RJ) lembrou que a direita e a extrema-direita do Congresso Nacional que defende Bolsonaro é a mesma que vota contra os projetos de interesse da população. “Essa gente defende os bilionários do Brasil, mantendo os ricos sem pagar impostos e agora também os bilionários dos Estados Unidos través do aumento da tarifa que torna nossos produtos menos competitivos”, frisou.