Quinta, 16 Janeiro 2025 18:22

Protestos cobram do Banco do Brasil cumprimento de acordo dos caixas

Caravana do Sindicato percorreu agências do Centro da Cidade, no Rio de Janeiro. Foto: Nando Neves. Caravana do Sindicato percorreu agências do Centro da Cidade, no Rio de Janeiro. Foto: Nando Neves.

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Imprensa SeebRio

Os funcionários do Banco do Brasil participaram nesta quinta-feira (16/1) de protestos nas principais cidades do país pelo cumprimento do acordo fechado na campanha salarial, em 31 de agosto, para a realocação dos caixas em funções com remuneração equivalente ou superior à gratificação que recebem, na nova função criada de assistente de negócios. Não só não há vagas para todos, como a dotação atual está sendo reduzida, o que, somado às novas funções criadas, caracteriza uma reestruturação camuflada, contrariando o que foi acordado na mesa de negociação.

No Rio de Janeiro o Sindicato fez caravanas mobilizando as agências do Centro da Cidade e percorrendo prédios como o Ventura, na Avenida Chile. “Este foi um protesto para que o BB honre o compromisso assumido na negociação da campanha do ano passado e abra vagas suficientes para acolher todos os caixas, nas novas funções criadas de assistentes de negócio. O que não está acontecendo, pelo contrário, está havendo redução de vagas, está havendo uma reestruturação que não foi definida em mesa”, afirmou Rita Mota, diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB).

Atropelando decisão judicial – Outro grave problema é que o banco está informando que vai pagar a função dos caixas até 31 de janeiro. “O BB está impondo mais esta medida prejudicial ao funcionalismo, atropelando a decisão judicial que assegura a gratificação aos caixas que a recebiam há mais de 10 anos em 2017. Não vamos permitir”, avisou a dirigente.

Nas agências onde há mais de um caixa para uma única vaga, o processo de escolha tem recaído sobre os gerentes gerais, o que desrespeita o histórico sistema interno de ascensão e oportunidades do banco.

Escritório Leve –Também não está havendo transparência de critérios para a escolha de gerentes de negócios digitais nos Escritórios Leves, unidades que também tiveram o quadro reduzido. “Estamos acompanhando este processo para que não prejudique os atuais gerentes de relacionamento e que a escolha seja feita com critérios claros objetivos e justos”, afirmou Rita Mota.

Negociação – Como resultado das mobilizações do Dia Nacional de Luta, foi agendada uma reunião com o Banco do Brasil para a próxima semana. Na ocasião, serão apresentadas formalmente as demandas da categoria, buscando soluções para os problemas enfrentados e reafirmando a importância de uma reestruturação que respeite os compromissos assumidos com os trabalhadores.

Para a coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes, a situação é alarmante e o Dia Nacional de Luta reflete a indignação dos funcionários, especialmente dos caixas. “Tivemos um Dia Nacional de Luta em todo o país, focado principalmente nos caixas, que estão sentindo muitos impactos dessa reestruturação e do novo plano de funções do Banco do Brasil. As pessoas continuam sem saber se vão conseguir se realocar ou não. Há muitas reclamações de trabalhadores que não vão conseguir ficar na mesma cidade, nem em localidades próximas, e isso significa uma mudança drástica em suas rotinas de vida.”

Fernanda destacou ainda que a vice-presidência de Varejo é responsável pelo cenário atual, criticando a forma como o banco tem tratado seus funcionários. “O modo como o varejo vem operando no banco não mudou. Essas pessoas estão sendo tratadas como números e não estão sendo respeitadas como profissionais que contribuem para o banco continuar crescendo e sendo referência.”

BB usa curso como obstáculo – Outro ponto de insatisfação entre os trabalhadores é o curso de reciclagem prometido aos caixas. Inicialmente apresentado como uma iniciativa para capacitação, ele acabou se tornando um pré-requisito obrigatório para concorrer às novas vagas, sem que isso fosse previamente acordado. Muitos que estavam de licença, férias ou enfrentando alta demanda de trabalho não conseguiram realizar o curso e, agora, estão sendo prejudicados, perdendo oportunidades de realocação.

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