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Foto: Nando Neves
Imprensa SeebRio
Vem se confirmando o alerta feito pelo movimento sindical bancário de que teria sérias consequências a decisão precipitada dos bancos de obrigar a categoria a retornar ao trabalho presencial. Além da pandemia estar fora de controle, com o aparecimento de variantes como a ômicron, mais contagiosa, e a delta, mais fatal, no Brasil e em todo o mundo, aumentavam rapidamente, ainda, já na época em que foi imposto o retorno, os casos de contaminados pelo vírus influenza, que se transformou rapidamente, em epidemia, e da H3N2.
Ainda não há uma estatística precisa, mas já é possível avaliar que a consequência da decisão dos banqueiros está sendo o aumento do número de bancários e bancárias atingidos pela covid-19 e pela influenza, inicialmente no Bradesco, Itaú, Santander e Caixa Econômica Federal. Foram verificados vários casos no prédio Aqua Corporate da CEF, no Porto Maravilha e no Passeio Corporate, na Rua das Marrecas; além de contaminação em diversas agências da Avenida Rio Branco e na agência Tijuca. A maioria dos setores onde há infectados continuou funcionando.
Ganância e desrespeito pela vida
O diretor do Sindicato, Paulo Matileti, disse que o crescimento da contaminação se deve ao comportamento da diretoria da Caixa e dos bancos privados em negar a gravidade da situação, tomando a atitude precipitada de retomar o trabalho presencial. E adiantou que o Sindicato vai cobrar providências urgentes.
Sérgio Menezes, também diretor do Sindicato, classificou a situação como consequência da ganância dos bancos para garantir lucros ainda maiores. “Toda esta realidade mostra o desrespeito para com os bancários que estão sendo obrigados a trabalhar em locais fechados, atendendo o público, com o manuseio de dinheiro, o que facilita o contágio”, criticou.
Matileti adiantou que, no caso da CEF, 100% controlada pelo governo federal, o Sindicato vai fazer uma severa fiscalização nos locais onde ocorreram contaminações, exigindo do banco que siga os protocolos, não só afastando, testando e dando todo o tipo de apoio aos que apresentarem sintomas, como fechando os setores, fazendo testagem geral e transferindo todos para o home office. Diante do aumento de infectados, a Diretoria de Soluções TI (Desol) da Caixa, divulgou documento colocando técnicos e coordenadores de projeto em home office.
Bradesco e Itaú
O Sindicato tem recebido uma série de denúncias de agências com ocorrências de covid em bancos privados, como Bradesco e Itaú. Nesta quarta-feira (5/1) os diretores Sérgio Menezes e Arlesem Tadeu confirmaram no Bradesco Gávea casos de duas funcionárias que testaram positivo para a covid-19, além da gerente-geral. “Ligamos para a Relações Sindicais do banco cobrando a sanitizacão do local. E fechamos o atendimento ao público por precaução”, disse.
Confirmaram outro caso de covid, este, na agência Saens Pena do Itaú. “A situação é grave, mas poderia ser bem pior, caso o governo não tivesse sido pressionado a fazer uma ampla campanha de vacinação”, avaliou Sérgio Menezes.
Santander
Primeiro a obrigar os bancários a voltar ao trabalho presencial, o Santander, diante do recrudescimento da pandemia e com o surto da gripe H3N2, agora cobra, em todo o país, o cumprimento dos protocolos de prevenção. Disponibilizou na intranet as medidas que devem ser seguidas, inclusive com orientações para gestores e funcionários, e um FAQ com perguntas e respostas.
Informa que todos os que tiverem algum sintoma relacionado à covid-19 ou gripe devem se afastar imediatamente e procurar orientação médica presencial ou on-line, através do teleatendimento disponível nos aplicativos dos convênios médicos. O retorno ao trabalho só ocorrerá após o resultado negativo de exames e indicação médica. O banco diz, ainda, estar acompanhando o cenário, podendo lançar mão de novas medidas em breve.
Marcos Vicente, diretor do Sindicato, frisou que o aumento do número de casos, muito em função da política do ‘já passou a pandemia’, tem gerado muita preocupação, principalmente no Santander. “Muitas agências foram fechadas no Rio de Janeiro, 10 ou 11, com casos de covid. Temos percebido que o protocolo não vem sendo seguido à risca. Notamos que a coisa está voltando a desandar”, lamentou, numa referência ao aumento de casos de covid e H3N2.