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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Imprensa SeebRio
Algo tem que ser feito pela diretoria da Caixa Econômica Federal para reduzir a sobrecarga de trabalho imposta aos empregados. Mesmo tendo lucrado R$ 9, 433 bilhões, um crescimento de 21,6% em relação ao mesmo período de 2023, somente nos últimos doze meses, foram fechados 3.413 postos de trabalho, ficando o banco com um total de 83.640 empregados no terceiro trimestre de 2024. A sobrecarga aumentou, também, devido ao acréscimo, de 1,2 milhão de clientes em 12 meses.
Além do trabalho suado dos empregados, o crescimento do lucro foi impulsionado pela redução de 13,5% nas provisões para perdas associadas ao risco de crédito e pela alta de 7% nas receitas de prestação de serviços, que somaram R$ 20,4 bilhões até setembro de 2024. No entanto, essas receitas não foram revertidas em melhores condições para o atendimento aos clientes e tampouco para os funcionários, que enfrentam um ambiente de trabalho cada vez mais sobrecarregado e sem o devido suporte.
Para agravar ainda mais a situação, foram fechadas 114 agências, 233 unidades do Correspondente Caixa Aqui e 156 lotéricas no último ano. A abertura de apenas 23 postos de atendimento e uma agência móvel são medidas insuficientes para atender à crescente demanda de clientes, especialmente nas regiões mais distantes e carentes de serviços bancários.
José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro, lembrou que a cobertura do déficit de pessoal é uma luta constante do movimento sindical. “Defendemos a alteração do edital do último concurso para ampliação do número de contratações, pois a redução do número de empregados, dada a forte atuação da Caixa nos programas sociais do governo federal e na área de habitação, trazem demanda enorme de atendimentos”, afirmou.
A diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Eliana Brasil, que coordena da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, também cobrou uma solução imediata para o problema. “A decisão da Caixa de priorizar lucros crescentes às custas da estrutura de atendimento e da qualidade de vida dos empregados levanta questionamentos sobre o compromisso da instituição com seu papel social, especialmente em um banco público, cuja função deveria ser facilitar o acesso aos serviços financeiros de forma justa e eficiente. O fechamento de agências e a redução de postos de trabalho mostram um claro descompasso entre o lucro recorde e a qualidade do atendimento, comprometendo a experiência dos clientes e prejudicando os funcionários que permanecem no banco”, ressaltou.
*Com informações da Fenae e da Contraf-CUT.