Quinta, 09 Mai 2024 16:29

Dirigentes sindicais cobram dos bancos medidas para ajudar e proteger bancários do RS

Reunião de Comitê de Crise formado por reprentantes da categoria e dos bancos visa encontrar soluções, medidas de segurança e solidariedade aos trabalhadores que enfrentam crise no estado gaúcho
Movimento sindical está solidário a todo o povo gaúcho neste momento de tragédia e quer proteger também a categoria bancária Movimento sindical está solidário a todo o povo gaúcho neste momento de tragédia e quer proteger também a categoria bancária Foto: Lauro Alves/Secom governo do RS

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Com informações da Contraf-CUT 

Um Comitê de Crise formado por representantes de instituições financeiras e de trabalhadores do ramo se reúniu pela segunda vez com o objetivo de buscar melhores formas para enfrentar as consequências das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que vive uma situação de calamidade pública. A informação foi divulgada no site da Contraf-CUT.  

Representantes sindicais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) e do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários/PoA), juntamente com membros da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), fazem parte desre Comitê, que realizou sua segunda reunião nesta quinta-feira (9), em formato digital.

Dados da Fenaban 

Segundo dados apresentados pela Fenaban, sete dos principais bancos atuantes no estado, Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa, Itaú, Safra e Santander, estão com quase 400 agências fechadas. A previsão é de que a situação não melhore tão cedo, em função dos alagamentos a problemas de comunicação, entre outras dificuldades. Por outro lado, tem aumentado a demanda e pressão para abertura de agências tem devido às dúvidas da população, como questões relacionadas a seguros. Além disso, muitas unidades já apresentam falta de numerário nos caixas eletrônicos. 

Situação caso a caso 

Os representantes dos bancos informaram que será analisado individualmente cada caso dos 35 mil trabalhadores bancários no estado. Foi levantada a possibilidade de contingenciamento e abono, levando em consideração as particularidades individuais. 

Não é hora para metas

O movimento sindical está preocupado em estabelecer regras claras para o atendimento individualizado e evitar abusos de gestores num momento tão difícil para toda a população gaúcha. 

O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles solicitou a criação de um canal de atendimento 24 horas para resolver rapidamente os problemas emergenciais.

"Precisamos de um canal ágil para resolver os problemas. E quando as soluções vêm de cima, é mais eficiente.”

Salles destacou ainda a importância de considerar as dificuldades enfrentadas pelas pessoas que não conseguem comparecer ao trabalho devido às condições adversas, sugerindo a revisão das regras para essas situações, como o caso daqueles que buscaram abrigo em outras cidades e reiterou a posição de que ainda não é o momento apropriado para cobrar metas aos bancários.

"Não é momento de ligar para oferecer produtos aos clientes", disse Salles ante o drama vivido pela sociedade no Rio Grande do Sul.  

Ajuda aos bancários 

Os sindicatos avaliam que a situação tende a se prolongar e até mesmo agravar-se, com a previsão de fortes chuvas entre sexta e segunda-feira. Entendem a necessidade da população em relação aos serviços bancários,  mas destacam que é preciso preservar também os trabalhadores do sistema financeiro. 

Os dirigentes sindicais bancários propõem uma série de medidas emergenciais, incluindo auxílio moradia, vale alimentação, adiantamento do 13º salário, adiantamento de cesta básica e férias, a pedido do funcionário conforme a necessidade das famílias. Defenderam na reunião, a importância de uma comunicação unificada entre as instituições financeiras via Fenaban para a concessão desses benefícios emergenciais, bem como a necessidade de oficialização de regras na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para casos de calamidade pública. 

Os sindicatos querem a extensão desses benefícios para os bancários das unidades e também para os dirigentes sindicais afetados pela tragédia.

O diretor de Comunicação da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, enfatizou a importância "de estabelecer regras claras e um espaço de diálogo permanente para garantir que as decisões sejam tomadas de forma transparente e equitativa pelos gestores locais". 

"Neste momento de crise, a solidariedade e a cooperação entre todas as partes envolvidas são fundamentais para enfrentar os desafios decorrentes das fortes chuvas no Rio Grande do Sul. O comitê de crise continuará monitorando a situação e tomando as medidas necessárias para apoiar os trabalhadores bancários e a população afetada”, garantiu Mauro Salles.

Uma nova reunião ficou agendada para a tarde da próxima segunda-feira (13).

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