Quarta, 05 Fevereiro 2025 19:48

Lucro do Santander cresce 48,6%, mas banco não melhora atendimento

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Mesmo com lucro de R$ 13,872 bilhões em 2024, o Santander não melhorou o atendimento e continua demitindo e fechando agências. O número representa crescimento de 48,6% em relação ao ano de 2023. O lucro obtido em 2024 na unidade brasileira do banco espanhol representou 19,26% do lucro global, que foi de € 12,574 bilhões, alta de 14% em doze meses.

Para Marcos Vicente, integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) e diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, o Santander deveria valorizar os funcionários e manter seus empregos. Mas faz o contrário, justamente com os maiores responsáveis pelo lucro.

Wanessa de Queiroz, coordenadora da COE acrescentou que só com o que arrecada de tarifas dos clientes, o Santander paga quase duas vezes a sua folha de pagamento. “O banco, infelizmente, prefere usar este dinheiro dos clientes para aumentar o lucro e, consequentemente, os bônus dos diretores e os dividendos dos acionistas ao invés de investir em contratações visando a melhoria do atendimento e a redução dos adoecimentos causados pela sobrecarga de trabalho e pelas metas sempre crescentes. Um desrespeito completo do banco espanhol para com os brasileiros, tanto clientes quanto empregados do banco”, disse.

As receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias aumentaram 10,9% em relação a dezembro de 2023, totalizando R$ 22,6 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR, por sua vez, aumentaram 7,6% no período, somando R$ 12,1 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco em 2024 foi de 185,8%.

Mais clientes, menos empregos – O retorno sobre o patrimônio do banco (ROE) ficou em 17,6%, com acréscimo de 5,3 pontos percentuais em doze meses. O crescimento do lucro no ano está atrelado ao crescimento do resultado de tesouraria (TVM) e crédito, além da queda da despesa de PDD.

A holding Santander encerrou o ano com 55.646 empregados, com a abertura de 35 postos de trabalho em doze meses (611 no trimestre). A base de clientes aumentou 2,5 milhões em relação a 2023, totalizando 68,9 milhões.

“A base de clientes aumentou 71 mil vezes mais do que o número de postos de trabalho, o que inevitavelmente resultará em mais sobrecarga de trabalho e mais adoecimento para os bancários, e na piora do atendimento à população, que já arca com juros abusivos e tarifas extorsivas para, em troca, ter um atendimento precarizado causado pela falta de funcionários”, afirmou Wanessa.

Quanto à estrutura física do banco, foram fechadas 247 lojas e 166 Posos de Atendimento Bancários (PABs) em doze meses. Apesar do Santander não informar o número de agências físicas em seu balanço, na relação de agências presente no site do Banco Central, em novembro de 2024, o banco possuía 2.433 agências físicas, uma redução de 96 agências se comparado aos números de dezembro de 2023, quando o banco possuía 2.529 agências.

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