Segunda, 29 Julho 2019 20:33

Exterminadores de emprego: Bancos eliminam 2.057 postos de trabalho em seis meses

Os cinco principais bancos do país lucraram R$ 85,9 bilhões no ano passado, mas ainda assim não param de demitir trabalhadores

Nenhum outro setor da economia fatura tanto dinheiro e, ao mesmo tempo, demite tantos trabalhadores como o sistema financeiro. Os bancos eliminaram 2.057 postos de trabalho (17. 279 demitidos contra 15.222 admitidos) entre janeiro e junho deste ano. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. Em junho, todavia, foram abertas 40 vagas (3.052 admitidos ante 3.012 demitidos).
O Brasil vive uma das mais profundas recessões da história de sua economia. Mas para os banqueiros não tem crise. No ano passado, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander lucraram R$ 85,9 bilhões, um crescimento de 16,2% em relação a 2017. As maiores instituições financeiras do país que formam um verdadeiro cartel, respondem por 90% dos empregos bancários no país. No primeiro semestre deste ano, Bradesco e Santander tiveram, respectivamente, lucros líquidos de R$ 12,7 bilhões (aumento de 23,7% em relação ao mesmo período de 2018) e R$ 7,120 bilhões (crescimento de 21% em doze meses).
Prioridades da campanha
Uma das prioridades da campanha nacional dos bancários este ano é a defesa do emprego da categoria, que tem sido drasticamente reduzido em função da alta rotatividade do setor (demitir bancários que ganham mais para contratar funcionários por salários mais baixos afim de elevar ainda mais os lucros das empresas); a extinção das agências físicas e de caixas humanos e o aumento das unidades digitais. Em junho, o salário médio dos demitidos equivalia a R$ 7.278, enquanto a remuneração média dos admitidos correspondeu a R$ 4.781. Isso significa que os novos funcionários foram contratados ganhando 66% do salário dos que foram demitidos.
O achatamento salarial no setor também foi verificado no período de janeiro a junho. Enquanto o salário médio dos demitidos era de R$ 7.010, a remuneração média dos admitidos correspondeu a R$ 4.673, o equivalente a 67% da média salarial dos primeiros.
A Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada nos dias 2,3 e 4 de agosto, definirá as estratégias de organização de luta para o enfrentamento de novos e antigos desafios.

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