Segunda, 03 Junho 2019 19:03

Bancos fazem lobby para aprovar reforma porque estão entre os maiores caloteiros da Previdência

Metade do que o governo arrecada é para pagar os juros aos bancos da amortização da dívida, o verdadeiro rombo que desequilibra as contas públicas

Porque os bancos defendem com tanto afinco e fazem lobby no Congresso Nacional para a aprovação da Reforma da Previdência proposta pelo ministro da economia do governo Bolsonaro, o também banqueiro Paulo Guedes?
Um fato que deixa claro o motivo de os banqueiros pressionarem os parlamentares a aprovar a PEC 6/2019: os bancos estão entre os maiores devedores da Previdência Social.
Somente o Itaú, a maior instituição financeira privada do país, deve à Previdência mais de R$111,8 milhões. A dívida do Bradesco ao INSS é ainda maior: R$575 milhões. Nada justifica o calote do sistema financeiro. Os quatro maiores bancos 9Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander) lucraram, em 2018, R$73 bilhões, 12,3% a mais do que em 2017. No total, a dívida dos 500 maiores caloteiros da Previdência, incluindo todos os setores da economia, chega à casa dos R$424 bilhões de reais.
Além disso, o projeto do governo prevê o fim do sistema de repartição da Previdência Social, criando um sistema de capitalização privada onde somente o trabalhador contribui para a sua aposentadoria. O empregador não entra com um centavo. O modelo, que fracassou no Chile, gerando milhares de idosos sem renda, vai injetar bilhões a mais nos lucros dos bancos.
O rombo dos juros
Outra razão para o apoio dos banqueiros ao projeto que ataca o direito do trabalhador se aposentar é a preocupação de que, com o aprofundamento da recessão, a União pode não ter como pagar o montante que representa a maior fatia da dívida pública: os juros que o governo paga aos bancos da amortização da dívida. Praticamente a metade da arrecadação com impostos pagos pelos brasileiros (43,98%) vai para o pagamento dos juros e amortização da dívida. Já a Previdência Social, consome bem menos: 22,47%. Em seguida vêm as transferências de recursos para estados e municípios (10,21%) e os investimentos com saúde pública (4,17%).
“O governo tenta convencer a sociedade de que a aposentadoria dos trabalhadores é a principal causa do desequilíbrio nas contas públicas. Isto não é verdade. Até porque no INSS não há aposentados privilegiados, mas sim no poder político, no judiciário e no alto escalão das Forças Armadas. O maior rombo está nos juros pagos aos bancos e no prazo curto do vencimento da dívida, sem precedentes no mundo”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Adriana Nalesso.
Confira também, em nosso site, a manipulação das Organizações Globo, para aprovar a Reforma da Previdência: https://www.bancariosrio.org.br/.

 

 

 

 

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