Segunda, 25 Março 2019 18:13

Pressão popular contra a Reforma da Previdência será intensificada

No Rio, cerca de 50 mil pessoas participaram da passeata, da Candelária a Central do Brasil, em protesto contra a Reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro. Pela manhã, o Sindicato realizou caravana para convocar os bancários para o protesto No Rio, cerca de 50 mil pessoas participaram da passeata, da Candelária a Central do Brasil, em protesto contra a Reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro. Pela manhã, o Sindicato realizou caravana para convocar os bancários para o protesto

Foi uma manifestação como há muito tempo não acontecia no Brasil. No Rio, nem a ameaça de chuva, que não veio, inibiu os manifestantes: cerca de 50 mil pessoas participaram do protesto contra a Reforma da Previdência, no Centro. Houve passeata da Candelária até a Central do Brasil. 
Ocorreram protestos em todas as regiões e capitais do país e também em cidades do interior. O brasileiro deu o recado ao governo: não abre mão de seu direito de se aposentar. Afinal, aposentadoria não é favor e muito menos privilégio. Todo empregado paga e caro, para ter o direito a uma velhice minimamente digna. 
Pela manhã, o Sindicato realizou caravanas em agências do Centro, convocando a categoria para a manifestação. Avaliações preliminares dos organizadores davam conta de que cerca de 30 mil pessoas participaram do ato público, mas a medida que a passeata acontecia muita gente foi chegando e cerca de 50 mil manifestantes participaram do protesto. 
“Esta manifestação nacional é só o começo. O povo precisa pressionar os parlamentares e protestar ainda mais para impedir que a proposta seja votada e aprovada. Só os banqueiros, grandes empresários e especuladores ganham com o projeto. Todos os trabalhadores perdem. Temos de lutar”, disse o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, José Ferreira. 
Fim da aposentadoria
O projeto do governo, elaborado pelo Ministro da Economia Paulo Guedes junto com banqueiros e grandes empresários, torna ainda mais difícil o direito à aposentadoria no Brasil, levando a grande maioria dos brasileiros a trabalhar até a morte. A Reforma, que será votada pelo Congresso Nacional, reduz drasticamente os valores dos benefícios, desvinculando-os do salário-mínimo. Receber o teto do INSS tornou-se quase impossível. Será preciso contribuir 40 anos para Previdência. Isto num país em que é grande o desemprego, é alta a rotatividade e cresce a cada dia a informalidade. A idade mínima (65 para homens e 62 para mulheres) é injusta com quem trabalha mais cedo, em sua maioria os pobres, que precisam ajudar no orçamento familiar e os trabalhadores rurais, que antes de atingir a maioridade já estão trabalhando nas lavouras. 
Só o povo paga a conta
A Reforma tira dos pobres para dar aos ricos. O governo quer economizar R$1 trilhão em 10 anos acabando com a Previdência Social e criando um sistema similar ao do Chile, de capitalização privada. E o pior, somente o trabalhador vai bancar o que seria uma poupança para se aposentar. O patrão não entra com nada. 
O governo chileno está sendo pressionado pelo povo para rever este sistema, que lançou milhares de idosos na miséria absoluta, resultando inclusive em um alto índice de suicídio. 
No projeto de Guedes também somente o povo paga a conta. O calote de banqueiros e empresários ao INSS, que supera os R$460 bilhões, é um tema que ninguém no Palácio do Planalto ousa pronunciar. O governo quer cortar na carne dos trabalhadores para sobrar mais dinheiro para a União pagar aos bancos, os juros da amortização da dívida pública, que chega a R$1 trilhão em apenas um ano. 
Privilégios continuam
A proposta dos generais para suas próprias aposentadorias causou grande indignação e repercussão negativa. O comando das Forças Armadas só aceita elevar a idade mínima na caserna (em média, na prática passaria de 48 para 53 anos) se o governo aumentar as gratificações, o que dobraria os soldos de coronéis e generais, gerando um gasto de cerca de R$83 bilhões. Sargentos, cabos e soldados não seriam beneficiados pelo aumento dos bônus.

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