Quarta, 20 Março 2019 17:53

Caixa retoma projeto de transferir empregados para a Região Portuária

A Zona Portuária é a área do Rio de Janeiro que mais tem prédios desocupados. A violência assusta na região, com constantes tiroteios, em função da proximidade com o Morro da ProvidênciaCrédito: Fabiano Rocha/Agência Oglobo A Zona Portuária é a área do Rio de Janeiro que mais tem prédios desocupados. A violência assusta na região, com constantes tiroteios, em função da proximidade com o Morro da ProvidênciaCrédito: Fabiano Rocha/Agência Oglobo

Próximo ao Morro da Providência, prédio tem perfurações de balas perdidas, o que deixa bancários em pânico, preocupados com a possível mudança

 O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, em declaração à imprensa, declarou a intenção de transferir os empregados do prédio da Almirante Barroso para a região portuária, inclusive os que já estão locados na Rua das Marrecas. Desde de 2017, que o Sindicato trava uma luta para impedir que os bancários sejam transferidos para o prédio, que é administrado por uma empresa de Nova Iorque. O local é deserto, fica a 600 metros do Morro da Providência, com altos índices de violência, que não param de crescer, inclusive com tiroteios e assaltos. Além disso, não há infraestrutura, como restaurantes e transporte público suficientes.  

“Os empregados já estavam conformados com a mudança para a Rua das Marrecas, apesar do valor sentimental e histórico do Barrosão, palco de grandes mobilizações da categoria. Esta notícia voltou a gerar grande preocupação nos funcionários. Não vamos aceitar nenhuma medida imposta, sem dialogar com os trabalhadores e que representa um retrocesso”, afirma o vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Paulo Matileti.

 Bairro Fantasma

 Matileti destaca o risco que representa a transferência, para os funcionários. “Precisamos estar unidos para resistir e garantir a segurança e o bem-estar dos empregados, especialmente num momento em que a Caixa tem sofrido ataques, como o projeto de privatização, que é uma obsessão do atual governo. Se necessário, vamos denunciar ao Ministério Público esta decisão, que coloca em risco a vida e a integridade física das pessoas”, acrescenta.

Segundo denúncias, o prédio já tem várias perfurações de bala e ficou popularmente conhecido como “Bairro Fantasma”, em função do número de prédios vazios, após o colapso financeiro do Estado do Rio de Janeiro.

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