Quarta, 26 Março 2025 15:58

Prefeito Eduardo Paes recua e veta práticas de matrizes africanas como promotoras de saúde

Decisão é criticada pelos movimentos de defesa da comunidade negra e representantes das religiões de matriz africanas
Práticas naturais de origem africana seriam reconhecidas como forma de tratamento complementar do SUS no Município do Rio de Janeiro. Eduardo Paes revogou a resolução Práticas naturais de origem africana seriam reconhecidas como forma de tratamento complementar do SUS no Município do Rio de Janeiro. Eduardo Paes revogou a resolução Imagem: Auqarela de Jean Baptiste Debret

 

O prefeito Eduardo Paes revogou a resolução que reconhecia oficialmente as práticas de matrizes africanas como parte da promoção da saúde complementar ao Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (25) e criticada por religiosos  e lideranças dos movimento negro que consideram a decisão um retrocesso e um desrespeito às tradições afro-brasileiras. A resolução conjunta das Secretarias de Meio Ambiente e Clima e de Saúde em favor de práticas da antiga medicina africana, que incluem o uso de banho de ervas, defumação, chás, Ebó e outras ações passariam a ser incluídas como tratamento complementar pelo SUS e tinha sido publicada em diário oficial no último dia 19 de março (quarta-feira), mas Paes anulou a decisão. 
 
Os movimentos sociais em defesa da população negra e líderes religiosos cirticaram a decisão do Prefeito do Rio. 

“É um retrocesso a decisão do prefeito Eduardo Paes, pois a resolução representaria um passo importante na luta contra o preconceito em relação às práticas dos povos originários e das religiões de matriz africana. É muito evidente que, em função do preconceito e do racismo contra negros e negras, a sociedade trata com glamour práticas da antiga medicina chinesa e indiana e, quando se trata da cultura africana, há toda uma resistência e discriminação. Paes colocou os interesses eleitorais, de olho na eleição para o governo estadual em 2026, acima do interesse público e da luta contra o racismo temendo uma repercussão em relação a setores cristãos que ainda discriminam as religiões e a cultura de origem africana", criticou o Secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Fiannceiro), Almir Aguiar. 

 

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