Quarta, 12 Março 2025 18:16

Sindicato comemora Dia da Mulher com visita a agências do Centro da Cidade

Dirigentes do Sindicato, da Federa-RJ e bancárias fazem pose em uma das agências do Centro da Cidade para comemorar o Dia da Mulher. Foto: Nando Neves. Dirigentes do Sindicato, da Federa-RJ e bancárias fazem pose em uma das agências do Centro da Cidade para comemorar o Dia da Mulher. Foto: Nando Neves.

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Imprensa SeebRio

Como este ano o Dia da Mulher, 8 de março, caiu no sábado, o Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro decidiu fazer a atividade comemorativa da data nesta quarta-feira (12/3). Diretoras e diretores da entidade visitaram agências do Centro da Cidade, para lembrar da luta histórica de combate à violência contra as mulheres, por direitos iguais, e pelo fim da discriminação.

A caravana do Sindicato percorreu as unidades acompanhada pela Orquestra da Grota, sendo declamado o poema “Maria sem-vergonha”, de Cândida Najar (leia no fim desta matéria). A vice-presidenta do Sindicato, Kátia Branco, lembrou da importância histórica desta data que marca séculos de luta por direitos iguais e contra todo o tipo de violência, além das agressões físicas, também a violência psicológica, muito presente nas ruas, nas residências e no trabalho. O Dia da Mulher comemora também conquistas obtidas graças à luta diária e coletiva.

Citou o canal “Basta!”, do Sindicato, para denúncias de bancárias vítimas de violência doméstica, pelos telefones 21 99975-5611 (ligação ou SMS) ou comparecendo à sede da entidade (Avenida Presidente Vargas, 502, 20º andar). O atendimento é realizado todas as terças-feiras das 10 às 13 horas.

Durante a visita às agências, Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ, lamentou os altos índices de feminicídio no Brasil. E encorajou as bancárias a procurarem ajuda ao menor sinal de agressividade de seus maridos, namorados ou ex-companheiros.

Maria Sem-Vergonha

Cândida Najar

De ser mulher já são tantas, milhares, uma verdadeira
rama, florescendo por todo o planeta lilás
são Maria-sem-vergonha de ser mulher.
Não são só florinhas.
São mulheres se agrupando,
misturando suas cores, gritando seus encantos,
exibindo suas verdades.
São domésticas, bailarinas, artistas,
médicas, estudantes, bancárias,
professoras, escritoras, garis,
brancas, negras, índias,
meninas… agricultoras…

São sem-vergonha de lutar,
acreditar, denunciar, exigir, reivindicar, sonhar…
São Maria-sem-vergonha de dizer
que ainda falta trabalho, salário digno, respeito…
Que ainda são vítimas da violência,
da porrada, do assédio, do estupro, do aborto,
da prostituição, da falta de assistência…

São Maria-sem-vergonha de se indignar
diante do preconceito, da escravidão, da injustiça,
da discriminação de seus cabelos pixaim
e da sua pele negra…
São Maria-sem-vergonha de brigar
por creches, educação, saúde, moradia, terra e comida,
meio ambiente, pelo direito de ter ou não filhos…

São Maria-sem-vergonha de ficar bonita,
pintar a boca e da sua boca soltar um beijo
que não vem da boca, mas de seu ser inteiro,
indivisível, solidário…
São Maria-sem-vergonha de dizer não,
de buscar alegria, prazer…
Sem vergonha de se cuidar,
de usar camisinha e de se apaixonar.
Atrevidas…
Maria-sem-vergonha de decidir,
fazer política, escolher e ser escolhida.

São essas sem-vergonha
que a cada tempo mudam a história.
Conquistam direitos;
Dão vida;
Geram outras vidas…
Insistentemente, desavergonhadamente
vão tecendo de cor a beleza,
o desbotado das relações humanas.
Sem medo, sem disfarce, sem vergonha de ser feliz
vão parindo com dores e delícias um novo mundo
para mulheres e homens. Um novo mundo
pra comunidade dos seres humanos, plantas e animais.

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