Sexta, 28 Fevereiro 2025 17:16

Políticas de inclusão aumentam em cinco vezes a presença de negros e pardos no ensino superior

Almir Aguiar: "Este resultado foi obtido através de políticas de inclusão dos governo Lula e Dilma. Mas precisamos avanãr mais". Foto: Agência Brasil. Almir Aguiar: "Este resultado foi obtido através de políticas de inclusão dos governo Lula e Dilma. Mas precisamos avanãr mais". Foto: Agência Brasil.

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Imprensa SeebRio

“Os números da pesquisa mostram que aumentou o número de negros e negras, acima de 25 anos, nas universidades, mas ainda é bastante inferior à quantidade de brancos. Esta maior presença de brancos vem se verificando há séculos. Nos governos Lula e Dilma foram implementadas políticas afirmativas e de inclusão, como a política de cotas e o Pró-Uni, e a inclusão de negros e negras nas universidades cresceu”. A avaliação foi feita por Almir Aguiar, diretor da Secretaria de Combate ao Racismo da Contraf-CUT e ex-presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro, numa referência ao Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que revelou ter quintuplicado, em 22 anos, a presença da população negra no ensino superior.

O Censo 2022 em Educação, divulgado em 26 de fevereiro, mostrou, que em 2000, 2,1% dos pretos dessa faixa etária tinham ensino superior completo. Entre os pardos, a porcentagem era de 2,4%, e, entre os brancos, 9,9%. Em 2022, as porcentagens saltaram para 11,7%, 12,3% e 25,8%, respectivamente.  

“O avanço é bastante expressivo, mas é evidente que o país precisa ir além, até para ter uma paridade nas universidades, que seja o retrato da população brasileira, que tem 56% de negros e negras”, afirmou Almir. A política de cotas foi determinante para a inclusão desta parcela importante da população. O dirigente lembrou de outra política dos governos petistas, fundamental para o resultado do censo: o Pró-Uni.

“O Pró-Uni foi criado para democratizar o acesso da população ao ensino superior privado, através da concessão de bolsas aos mais pobres, sendo fundamental para o acesso de negros e negras”, frisou. “Tentou-se no governo Bolsonaro extinguir estas políticas de inclusão social e racial, mas houve um movimento de resistência muito forte por parte da sociedade e hoje estamos consolidando a participação de negros e negras nas universidades. Com isto podemos ver a presença deste setor importante em todas as áreas importante do mercado de trabalho. Agora é lutar pela ampliação destas políticas”, disse.

O Censo 2022 em Educação mostrou também que a população indígena apresentou o menor nível de instrução. Entre os indígenas de 25 anos ou mais, apenas 8,6% possuíam superior completo, enquanto mais da metade (51,8%) não tinham instrução ou possuíam apenas ensino fundamental incompleto.

O triplo de formados – A proporção de pessoas com ensino superior completo no país quase triplicou. Há 22 anos, eram 6,8% da população. Em 2022, eram 18,4%. No Brasil, em 2022, o nível de instrução estava dividido da seguinte forma: sem instrução e fundamental incompleto, 35,2%; fundamental completo e médio incompleto, 14%; médio completo e superior incompleto, 32,3%; e superior completo, 18,4%.

Ao analisar por região do país, o Nordeste (13%) e o Norte (14,4%) têm os menores índices de pessoas com diploma universitário. As duas regiões, inclusive, estão abaixo da média brasileira (18,4%). As outras regiões estão acima deste percentual: Sul (20,2%), Sudeste (21%) e Centro-Oeste (21,8%).

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