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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A escala de trabalho 4×3, que propõe uma redução na jornada semanal para 36 horas, distribuídas em quatro dias é um sucesso nos países da Europa em que foi adotada pelas empresas. A ideia vem ganhando popularidade globalmente e experiências em países mais desenvolvidos mostram que a medida promove melhorias na saúde e qualidade de vida dos trabalhadores e eleva a produtividade nas empresas, contribuindo para o crescimento econômico destas nações.
O debate sobre o tema
No Brasil, setores empresariais contrários à redução da jornada sem diminuição de salários, alega que a mudança traria impactos negativos, especialmente para pequenas empresas, que não conseguiriam manter o modelo, que exige a geração de mais empregos.
"Os governos em nosso país subsidiam grandes empresas sem nenhuma contrapartida social por que não oferecer incentivos fiscais a micro e pequenas empresas que adotem a redução da jornada para gerar mais empregos e garantir qualidade de vida e saúde mental aos trabalhadores?", questionou a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Kátia Branco.
A proposta sugere substituir o regime atual de 44 horas semanais por um modelo mais flexível, que poderia beneficiar tanto os trabalhadores quanto as empresas.
Vários benefícios
Vários países estão testando ou já implementaram a escala de trabalho 4×3. Cada nação adapta o modelo às suas peculiaridades.
"A redução da escala traz vários benefícios, como mais tempo livre para os trabalhadores estarem com suas famílias, se dedicarem ao lazer, estudos, requalificação profissional ou a sua vida religiosa. O setor bancário, o mais lucrativo do país, tem todas as condições de adotar a jornada 4 x 3, até mesmo para gerar mais empregos para a categoria, já que a extinção de agências físicas vem reduzindo drasticamente o número de postos de trabalho", acrescentou Kátia.
"Os bancos falam tanto em elevar a produtividade. Não é explorando, assediando e adoecendo os bancários que se consegue aumentar a produtividade, mas motivando o trabalhador a ter prazer em sua atividade e satisfação em seu emprego", ressaltou a dirigente sindical.
No entanto, para se tornar realidade no Brasil será necessário um esforço conjunto de empregadores, trabalhadores, governos e legisladores para superar os desafios e colocar em prática a mudança.
"É preciso mudar a mentalidade do empresariado brasileiro acostumado a uma lógica escravocrata e que até se intensificou nas últimas décadas em alguns governos, com a retiradade direitos. Em 2025 esta pauta da redução da jornada precisa voltar às ruas e redes sociais ", completou.
Países que adotaram a escala 4x3
Bélgica: Desde 2022, os trabalhadores podem optar por distribuir suas 38 horas semanais em quatro ou cinco dias, com flexibilidade para ajustar a carga horária.
Islândia: Implementou a semana de quatro dias com jornadas de 35 a 36 horas, sem redução salarial, resultando em aumento de produtividade.
Escócia: Oferece incentivos financeiros para empresas que adotam a semana de quatro dias, promovendo testes desde 2021.
Inglaterra: Reduziu a carga horária de 40 para 32 horas semanais em algumas empresas, com resultados positivos.
Suécia: Testou jornadas de seis horas diárias, gerando debates sobre os custos e benefícios.