Terça, 18 Fevereiro 2025 17:07

Sábado (22/2) haverá protesto contra decisão de Paes de construir prédio no Parque do Jardim de Alah

Vista aérea do Parque do Jardim de Alah. Foto cedida pela Associação de Moradores do Jardim de Alah. Vista aérea do Parque do Jardim de Alah. Foto cedida pela Associação de Moradores do Jardim de Alah.

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Imprensa SeebRio

A Associação de Moradores do Jardim de Alah convida toda a população a participar de um protesto contra a retirada de 130 árvores do Parque do Jardim de Alah, que separa os bairros de Ipanema e Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A manifestação será no sábado, dia 22, a partir das 9h30, no próprio Jardim de Alah, na Avenida Epitácio Pessoa, na quadra da praia.

A Associação de Moradores está também passando um abaixo-assinado virtual. Para participar, clique aqui.

O Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro apoia o protesto. “No sábado a sociedade do entorno do Jardim de Alah estará mobilizada para defender seu microbioma que está ameaçado de extinção pela sanha da especulação imobiliária e do comércio que vão deixar aquela região sem proteção natural”, afirmou Cida Cruz, diretora da Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato.

A remoção foi autorizada pelo prefeito Eduardo Paes e será feita para construir no parque, que é público e tombado, um centro comercial, com lojas, restaurantes e cafeterias. O consórcio contratado pela Prefeitura para transformar o parque em um empreendimento imobiliário é chamado ironicamente de Rio + Verde, que ganhou a concorrência pela concessão do espaço por 35 anos, em 2023. O projeto foi estimado em R$ 112,6 milhões, mas o vencedor propôs investir menos: R$ 85 milhões.

A decisão de remover as árvores gerou fortes reações entre moradores da região. Um desses moradores, a atriz Julia Lemmertz, publicou um vídeo nas redes sociais pedindo explicações do prefeito Eduardo Paes. “O Jardim de Alah realmente vai virar um empreendimento imobiliário, com lojas e restaurantes? Vocês vão tirar 130 árvores adultas, que vão morrer, porque não vão replantar 130 árvores que estão ali há uma ‘centena’ de anos”, afirmou Lemmer.

"Isso é um absurdo completo. Eu me espanto que a sociedade, que as pessoas aqui em volta, achem tudo bem. Estamos morrendo de calor, de enchente, de incêndio, estamos acabando com o planeta e permitindo uma concessão de 35 anos para fazer um empreendimento imobiliário no coração de Ipanema, onde essas árvores deveriam estar preservadas, deveriam estar plantando mais ainda, cuidando do parque para que ele fosse mais bonito e mais verde. Um pulmãozinho a mais capaz de absorver, de emitir o oxigênio pra gente", alertou a atriz, em vídeo publicado nas redes.

A cantora Ana de Hollanda, filha do historiador Sérgio Buarque de Hollanda e ex-ministra da Cultura, também criticou a medida. Segundo ela, o corte de árvores aumenta a temperatura na cidade.

O Jardim de Alah é um parque público tombado. Cobre uma área de 95 mil metros quadrados, abriga espécies nativas da Mata Atlântica, como amendoeiras, abricós-da-praia e sibipirunas, muitas delas com mais de 80 anos, plantadas desde sua criação na década de 1930.

Clique aqui para assistir o vídeo postado pela atriz Julia Lemmertz sobre o assunto.

 

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