Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio 

Faltando menos de dois anos para encerrar o seu segundo mandato (no primeiro era vice e assumiu o governo após o impeachment de Wilson Witzel) o governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL) deixa um dos piores legados para o povo fluminense. Como se não bastassem a péssima situação no desempenho da educação, salários de servidores achatados, caos nos hospitais estaduais, denúncias de corrupção e o estado endividado, a segurança pública está entregue às baratas. 

O Rio de Janeiro bateu um triste recorde: em apenas quatro dias (30 de janeiro a 2 de fevereiro de 2025) foram registrados 827 roubos de veículos em todo o estado, uma média de 206 registros por dia. O número é ainda maior do que a média de 2024, que já foi absurdamente alta: 90 roubos de carro registrados por dia, segundo dados oficiais do Instituto de Segurança Pública, totalizando 28 mil roubos, o maior número acumulado dos últimos cinco anos.

Áreas mais atingidas 

As regiões com maior número de roubos foram Mesquita, São Gonçalo e Duque de Caxias. 

No Município do Rio de Janeiro, a situação mais grave é no bairro do Méier e adjacências, onde a PM começou nesta quinta-feira (6) uma megaoperação para dar uma satisfação à opinião pública e reagir à repercussão negativa da violência para o governo. 

Arrastão na Linha Amarela 

Na última segunda-feira (3), o agente do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas), Alexander de Araujo Carvalho, de 46 anos, morreu após ser baleado durante um arrastão na Linha Amarela. Os criminosos roubaram a arma do agente e fugiram em direção ao Complexo da Maré. 

Segundo a Polícia Militar, o veículo teria sido recuperado. 

Um vídeo publicado nas redes sociais mostra que, mesmo depois de morto, o agente do Degase foi furtado por uma pessoa que parece ter puxado um objeto do bolso da vítima. 

"O governo Cláudio Castro acabou. Um político sem expressão que acabou chegando ao governo do estado em um golpe de sorte. Se elegeu com o discurso de combater a violência, ajudado pela fake news de que Marcelo Freixo seria amigo de bandidos, mas a violência aumenta a cada dia e o governo parece não ter resposta pra enfrentar o problema e assegurar um mínimo de tranquilidade para população", critica o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Ronald Carvalhosa.

Nota da PM

A nota do Comando da Polícia Militar não poderia ser mais patética. Em vez de assumir os erros de um estado sem nenhuma coordenação na segurança pública e com a influência cada vez maior do crime organizado das milícias no aparato de segurança do estado, o comando se resume a dizer que a explosão no número de roubos de carros é fruto de "retaliação" dos marginais contra a realização do governo na área. 

O texto diz que "informações de inteligência indicam que lideranças do tráfico ordenaram roubos de veículo em série para abalar a cúpula de segurança do estado, como forma de retaliação ao trabalho que vem sendo realizado".

"O problema que, além do clima de insegurança para sair de casa e trabalhar, pagamos seguros cada vez mais caros por causa da incompetência do governador Cláudio Castro", disse uma bancária aposentada cuja filha ainda trabalha em banco, mas que prefere não se identificar. Ela declarou que votou em Castro, mas se diz extremamente arrependida. 

Os números em quatro dias 

Quinta-feira (30/1): 174 roubos

Sexta-feira (31/1): 192 roubos

Sábado (1/1): 210 roubos

Domingo (2/1): 222 roubos