Quarta, 19 Fevereiro 2025 17:09
MEDIAÇÃO NO MPT

Itaú mantém intransigência e nega viabilidade de plano de saúde para aposentados

Trabalhadores protestaram contra postura desumana do banco, que nega assistência médica e hospitalar àqueles que dedicaram sua vida à empresa
Trabalhadores protestaram contra os valores absurdos cobrados no plano de saúde dos aposentados pelo Itaú, durante a audiência pública no MPT, no Rio. O banco manteve a intransigência e não apresentou nenhuma proposta Trabalhadores protestaram contra os valores absurdos cobrados no plano de saúde dos aposentados pelo Itaú, durante a audiência pública no MPT, no Rio. O banco manteve a intransigência e não apresentou nenhuma proposta Foto: Nando Neves

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O Itaú manteve a intransigência de sempre e não apresentou proposta para garantir um plano de saúde viável para os funcionários aposentados. A postura arrogante do banco levou vários aposentados e sindicalistas a realizarem um protesto na frente do Ministério Público do Trabalho (MPT), no Centro do Rio, onde aconteceu a audiência de mediação, nesta quarta-feira (19).

Antes da reunião, que contou com representantes sindicais, entre eles Maria Izabel, diretora do Sindicato e membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados) e o diretor do Departamento Jurídico da entidade, Adriano Campos, além do advogado Márcio Cordero e de representantes dos aposentados, houve um protesto em frente ao MPT, na Rua Santa Luzia.  

O banco apresentou números para tentar justificar sua posição intransigente, mas não convenceu os trabalhadores.

“O Itaú apresentou muitos números, mas será que apresentou os lucros que acumula à custa do sacrifício dos funcionários e daqueles que trabalharam a vida inteira na instituição?”, questionou uma aposentada que participou da atividade. A crítica faz sentido: em 2024, a maior instituição financeira privada do país lucrou R$40,2 bilhões, ou seja, o banco tem todas as condições de dar dignidade com um plano de saúde compatível para seus aposentados. 

Desumanidade

Maria Izabel lembrou que na ata da audiência, a procuradora do MPT apresentou argumentos com uma visão social da necessidade de o banco reduzir os reajustes do plano dos trabalhadores.
“Nossa expectativa era de que o Itaú respeitasse aqueles que dedicaram toda a sua vida para que o banco se tronasse esta potência econômica em seus 100 anos de existência, mas isto, mais uma vez, não ocorreu. É uma desumanidade o que o Itaú está fazendo com os aposentados, negando o direito a um plano viável e digno”, criticou a dirigente sindical.

Próximos passos

O advogado do Sindicato e da AJS, Márcio Cordero, explicou que a ata da audiência de mediação será anexada ao processo já existente no MPT.

A luta dos sindicatos vai continuar e há um abaixo-assinado exigindo condições decentes no plano dos aposentados. Para participar, basta clicar no link abaixo.

https://www.change.org/p/por-plano-de-sa%C3%BAde-pag%C3%A1vel-aposentados-ita%C3%BA

O que defendem os sindicatos 

  • Garantia de isonomia entre aposentados e funcionários ativos nos critérios de subsídio e custeio do plano de saúde.
  • Possibilidade de optar pelo Plano Especial I como primeira escolha.
  • Aplicação de índices como INPC ou IPCA nos reajustes das mensalidades e critérios iguais para reembolsos.
  • Reingresso ao plano para aqueles que tiveram que sair por dificuldades financeiras, com prazo de adesão de até 60 dias.
  • Migração para o Plano Especial I para aposentados em outros planos, com prazo de 60 dias.
  • Retorno da Porto Seguro Saúde como operadora principal, ou outra de referência regional com condições similares.
  • Suspensão de reajustes até o fim das negociações no Ministério Público do Trabalho.
  • Ressarcimento de valores cobrados a maior nos últimos cinco anos, corrigidos conforme a lei.
  • Representação de aposentados no conselho da Fundação Saúde Itaú.
  • Mais transparência nos números apresentados pelo banco.

 

Mídia