Quinta, 02 Mai 2024 17:22

Com postura de colonizador, Santander aumenta fraude para atacar direitos de bancários do Brasil

Banco espanhol terceiriza mão-da-obra dentro do próprio grupo para não pagar salários e direitos garantidos à categoria bancária. Foto: Nando Neves Banco espanhol terceiriza mão-da-obra dentro do próprio grupo para não pagar salários e direitos garantidos à categoria bancária. Foto: Nando Neves

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Imprensa SeebRio

Nesta semana o banco espanhol Santander, como sempre faz aqui no Brasil, decidiu ampliar os ataques aos direitos de bancários e bancárias, através de artifícios como a transferência dos que trabalham no setor de crédito consignado para a SX Tools, empresa do próprio grupo, mas que aparece como não-bancária. Mas não ficou por aí, como se já não fosse o bastante, e mudou a nomenclatura do cargo de ‘Líder de Atendimento’ para ‘Especialista Santander’, acrescentando para o mesmo cargo os níveis 1, 2 e 3, numa óbvia manobra para, mais uma vez, burlar a lei e reduzir salário.

“O Santander é conhecido por criar formas de burlar os direitos trabalhistas no Brasil, mostrando que não tem o menor respeito com a sociedade brasileira e sua legislação. E tem feito isto sempre, desde que virou dono do Banespa e do Meridional. Não foi à toa que naquela época o tema da campanha era ‘Santander, respeite o Brasil e os brasileiros’”, lembrou Cleyde Magno, secretária-geral do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro.

A fraude

Explicou que ao migrar o setor de consignados para a SX Tools, o banco espanhol comete fraude na contratação, já que a empresa do grupo aparece como não-bancária. Desta forma, os empregados deixam de ter os direitos que têm hoje como membros da categoria bancária garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, também condenou a armação. Disse que a transferência representa mais uma fraude na representação sindical imposta unilateralmente. “É um desrespeito com os bancários que constroem o lucro do banco e, em troca, perderão todos os direitos da CCT”, afirmou.

“Seguiremos protestando e defendendo os bancários até que o Santander decida respeitar os trabalhadores e a população do Brasil, país de onde obtém grande parte do seu lucro mundial”, adiantou.

Para a secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, o banco espanhol Santander é antissindical e aposta em trabalho indecente. “Não gosta que trabalhadores tenham direitos e afronta com contratações fraudulentas. O banco espanhol tem postura de colonizador e faz no Brasil algo impensável no seu país de origem. Isso precisa acabar. Nós trabalhadores exigimos respeito aos nossos direitos. Basta de contratação fraudulenta!”

‘Especialista 1, 2 e 3’

O comunicado sobre a mudança de nomenclatura de ‘Líder de Atendimento’ para “Especialista 1, 2 e 3’ foi feito na última terça-feira (30). De acordo com o banco, neste momento a mudança não terá impactos na carreira e remuneração dos trabalhadores. “Iremos acompanhar este processo para certificar que os trabalhadores impactados pela mudança de fato não sofrerão qualquer prejuízo”, garantiu Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

Caso o bancário ou bancária tenham qualquer problema decorrente da mudança de nomenclatura, deve acionar o Sindicato por meio do Canal de Denúncias. O sigilo é garantido.

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