Sexta, 03 Mai 2024 13:05
GANÂNCIA SEM MEDIDA

Bradesco eleva lucro em 43,6% no trimestre, mas lidera em demissões e vê aumentar queixas de clientes

O Sindicato vai intensificar na Campanha Nacional 2024, os protestos contra a extinção de agências e as demissões no Bradesco O Sindicato vai intensificar na Campanha Nacional 2024, os protestos contra a extinção de agências e as demissões no Bradesco Foto: Nando Neves

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

O Bradesco teve um lucro líquido de R$ 4,21 bilhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 43,6% no período, apesar de, no acumulado de 12 meses, o resultado ainda ter apresentado uma queda de 1,6%. 

O resultado superou as previsões do mercado. 

Em nota, o Bradesco divulgou que "o ano de 2024 é de transição e transformação" e que o grupo "começou a executar o plano estratégico que acelera e aprofunda as mudanças". O que o banco não diz é que está estratégia de gestão não leva em consideração os empregos e nem as condições de trabalho dos bancários, bem como a qualidade no atendimento presencial para a população.  

Por trás dos números 

Por trás dos números existe uma realidade apontando para uma gestão ruim do banco em relação aos funcionários e clientes. Com um processo acelerado de extinção de agências físicas e um grande número de demissões, o Bradesco sobrecarrega os bancários que escapam das dispensas e faz crescer o número de trabalhadores adoecidos. 

"O Bradesco lidera o número de demissões no Rio de Janeiro. Além de tirar o emprego da categoria o banco demite aqueles que estão de licença médica para tratar de distúrbios psíquicos fruto da política desumana de metas e do assédio moral. O Sindicato continuará denunciando estas práticas e lutando na Justiça para reintegrar o maior número possível de trabalhadores", declarou o diretor executivo da Secretaria de Bancos Privados, Geraldo Ferraz.  

Piora no atendimento 

A redução no número de funcionários para diminuir

custos e elevar os lucros acaba repercutindo também na piora do atendimento à clientes e usuários.  

"Em nossas atividades sindicais, a população nos procura para reclamar das agências que estão sendo fechadas e da falta de funcionários para o atendimento presencial. Por isso estamos há mais de dois anos na base, em uma campanha pelo direito do consumidor de ser atendido e em defesa dos empregos dos bancários e bancárias ", explicou o diretor do Sindicato e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Leuver Ludolff.  

A denúncia dos dirigentes sindicais é confirmada pelo ranking do Banco Central, que aponta o Bradesco como o quarto com maior número de queixas de clientes (15,43 pontos). O levantamento foi realizado dec janeiro a março de 2024 em todo sistema financeiro nacional.

O Bradesco está atrás apenas do banco Inter (24,06), o líder de reclamações, do BTG Pactual/Banco Pan (22,25) e do PagBank- Pagseguro (21,65). O Santander é o quinto com 10,91 pontos.

Já as despesas com provisões para devedores duvidosos (PDDs) ficaram em R$ 7,811 bilhões no primeiro trimestre, queda de 25,8% no trimestre e 17,9% em 12 meses. 

Aposentados endividados 

O Bradesco anunciou ainda um crescimento em sua fatia de mercado no consignado INSS, que é de 16,5%. 

"Ao mesmo tempo que extingue agências, demite funcionários e dificulta o atendimento presencial à população, em que os mais prejudicados são os idosos, os bancos privados ganham ainda mais dinheiro endividamento os aposentados, já que o cartel do sistema financeiro no Brasil pratica os juros mais altos do mundo. Não por acaso, os banqueiros criaram no governo Bolsonaro a chamada 'autonomia ' do Banco Central, hoje presidido pelo representante deste cartel, o sr Roberto Campos Neto, que serviu o Santander durante 15 anos. Esperamos que, com o fim do mandato dele a frente do BC, o presidente Lula indique um nome que não seja comprometido com os bancos e vamos cobrar isto do governo ", disse o diretor do Sindicato, Sérgio Menezes.

Mídia