Terça, 20 Julho 2021 21:59

Covid-19 leva o brilhante ator e diretor Marco Hamellin

Marco Aurélio Hamellin: um ator e diretor teatral extraordinário e singular e uma pessoa dedicada e idealista. Deixa um vazio, na arte e na vida Marco Aurélio Hamellin: um ator e diretor teatral extraordinário e singular e uma pessoa dedicada e idealista. Deixa um vazio, na arte e na vida

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

É com profundo pesar que o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro informa a morte do ator e diretor Marco Aurélio Hamellin, 59 anos, que não resistiu a uma parada cardiorrespiratória resultante da Covid19 e faleceu nesta terça-feira, dia 20 de julho. O talentoso artista é mais uma vítima de um governo genocida que continua a desprezar a violência da pandemia. 

Criativo, genial, brilhante, com a alma do mais nobre espírito circense, Hamellin foi premiado pelo Troféu  Mambembe de melhor ator, uma das mais importantes premiações do teatro brasileiro. Criou a Companhia de Emergência Teatral, com um elenco talentoso que realizava peças e as esquetes (cenas breves do gênero de humor) do Sindicato, sempre com uma crítica política afiada e bem-humorada.

Dirigiu peças relevantes, como “A Prostituta Respeitosa”, escrita por Jean-Paul Sartre na década de 40; “Os Men The Sá”, que contou com a direção musical de Celso Branco e “Pobre Menina Rica – uma cantata”, inspirada no musical de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes. Como ator participou, sempre de forma singular, de peças como “Nicolau Grande e Nicolau Pequeno”, do autor dinamarquês Hans Christian Andersen, criador do clássico infantil “O Patinho Feio”, além de “Casa de Cômodos”, “O Tempo”, “As confusões de João Minhoca” e tantas outras obras nos palcos do país. 

Dirigiu e foi quem tomou a iniciativa de trazer o sambista mangueirense Nelson Sargento para se apresentar no Sindicato. Numa conversa recente com um jornalista falava, com indignação, de artistas brilhantes que nunca tiveram o verdadeiro reconhecimento da grande mídia que mereciam. Não falava de si. Mas Hamellin certamente foi um deles, de um Brasil que em tempos sombrios e mais do que nunca, não dá valor a arte e a cultura nacionais. Fará uma falta profunda: o artista e a pessoa humana.  

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