Sexta, 05 Março 2021 18:46
COMANDO NACIONAL

Sindicatos exigem fim das demissões e rigor na aplicação dos protocolos de prevenção à Covid-19

EM DEFESA DO EMPREGO E DA VIDA - Adriana Nalesso, que faz parte do Comando Nacional dos Bancários, cobra a garantia dos empregos e medidas mais eficientes de prevenção à Covid-19 EM DEFESA DO EMPREGO E DA VIDA - Adriana Nalesso, que faz parte do Comando Nacional dos Bancários, cobra a garantia dos empregos e medidas mais eficientes de prevenção à Covid-19 Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O Comando Nacional dos Bancários, em reunião online realizada com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) na sexta-feira, dia 5 de março, cobrou dos bancos rigor nos protocolos de prevenção à Covid-19, em função do aprofundamento da crise sanitária e atendendo às solicitações feitas por sindicatos da categoria em todo o Brasil, além de exigir o fim das demissões.

Fim do rodízio no Santander

O movimento sindical denuncia que os bancos flexibilizaram os protocolos de prevenção no momento em que a pandemia avança em todo país e gera o colapso no sistema público de saúde. Na última quinta-feira (4) foram contabilizados oficialmente 1882 mortes e média móvel de 1300 (média de casos ou mortes dos últimos sete dias).

“A realidade é que os bancos relaxaram em relação aos protocolos de prevenção. O Santander, por exemplo, não está realizando mais o rodízio. É um absurdo funcionar com 100% dos funcionários, principalmente num dos momentos mais críticos da pandemia e sem necessidade, já que muitos dos serviços podem ser realizados à distância. Identificamos também a falta de álcool gel nas unidades do banco”, disse a presidenta do Sindicato do Rio Adriana Nalesso, que participou da reunião.

Itaú muda protocolo

Adriana lembrou ainda que o Itaú alterou o protocolo e, em caso de suspeita de Covid-19, afasta somente os empregados que trabalham próximo ou tiveram contato com o bancário sintomático, e não fecha a agência como deveria fazer por medida de segurança.

“Além disso, constatamos várias situações em que não há a realização de sanitização nas agências. É preciso também proteger os empregos. Os casos de demissões chegam diariamente através de denúncias em nosso Sindicato”, completa Nalesso.

Acordo descumprido

Os três maiores bancos privados lucraram em 2020, mais de R$52 bilhões e demitiram no mesmo período mais de dez mil bancários, descumprindo o acordo de não dispensar empregados no período da pandemia. O Sindicato, através de seu Departamento Jurídico tem reintegrado dezenas de bancários justamente por causa do descumprimento deste acordo.

“Os bancos podem e devem manter os empregos, é inadmissível o que estamos assistindo. Pessoas que foram afastadas pelos próprios bancos porque são de risco ante a pandemia são comunicados da demissão em casa. Os bancos lucram muito, mesmo em plena crise econômica e sanitária que afeta os setores produtivos, mas não o sistema financeiro, que tem todas as condições de contribuir com a manutenção dos empregos, que é uma responsabilidade social que os banqueiros precisam assumir neste período tão difícil para todos”, acrescenta Adriana.

Pressão por metas

Outro problema apontado pela categoria é a cobrança de metas num contexto de grave crise econômica do país, em que investimentos no mercado financeiro não são prioridades para as pessoas, mas sim a garantia da saúde, da vida e do emprego.

“Os bancos estão realizando reuniões e a pressão é enorme. Quem está em home Office fica com medo de perder o emprego e acaba retornando à atividade presencial, acreditando que se voltar a trabalhar na agência, garantirá o seu emprego”, explica a dirigente sindical.

A vida em primeiro lugar

O diretor do Sindicato José Ferreira, que também participou da reunião, também cobrou providências em relação aos protocolos por parte dos bancos, inclusive a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.

“Há um agravamento da crise sanitária e os bancos precisam proteger as vidas, dos bancários e da população. Não há como continuar colocando os  lucros em primeiro plano”, ressalta.

Os bancos ficaram de debater internamente as reivindicações dos sindicatos e retornar ao tema numa próxima reunião, ainda sem data definida. 

 

O que o Comando Nacional cobrou dos bancos

 

  • O fim das demissões e da cobrança de metas
  • Redução do horário de funcionamento
  • Agendamento para evitar aglomerações dentro e fora das agências
  • Controle das filas externas e de acesso às unidades
  • Retorno do home Office
  • O fim da pressão para o bancário retornar ao trabalho presencial
  • O rigor nos protocolos para salvar vidas
  • Fornecimento de todo equipamento de proteção, como máscaras certificadas e instalação de bases de acrílico ,entre outras medidas.

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