Terça, 13 Agosto 2019 22:04

Brasileiros vão às ruas pelo direito à aposentadoria e à educação

 No Rio, bancários e milhares de pessoas seguiram em passeata pela Rio Branco até o prédio da Petrobras, na Avenida Chile No Rio, bancários e milhares de pessoas seguiram em passeata pela Rio Branco até o prédio da Petrobras, na Avenida Chile

Nas principais cidades do país, estudantes e trabalhadores de todos os setores da economia foram às ruas exigir que o Senado Federal rejeite o projeto de reforma da Previdência do governo Bolsonaro que acaba com o direito à aposentadoria. A proposta do Palácio do Planalto exige muito mais tempo para a concessão do benefício, além de reduzir drasticamente o seu valor e das pensões por morte. A mobilização nacional foi também contra o corte de recursos e o projeto “Future-se” do Ministério da Educação que privatiza as universidades públicas passando a sua administração para grupos particulares travestidos de organizações sociais.
O Dia de Greves e Mobilizações Contra o Corte de Verbas da Educação e a Reforma da Previdência foi convocado pelas entidades sindicais de ensino, de estudantes, como a União Nacional de Estudantes, e pelas centrais sindicais. Entre estas a CUT, CTB e CSP-Conlutas. Escolas do estado e município e universidades fizeram paralisação de 24 horas.
O projeto de reforma foi aprovado em dois turnos na Câmara dos Deputados com votos comprados pelo governo através da liberação de emendas parlamentares no valor de R$ 5 bilhões, quantia retirada principalmente da Educação. Agora, vai para o Senado, onde terá que passar por mais duas votações. O relator do projeto é o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o mais rico da Casa, com R$ 389 milhões de patrimônio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Passeata toma a Rio Branco

No Rio de Janeiro milhares de pessoas ocuparam todo o entroncamento das avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, nos fundos da Igreja da Candelária. De lá, seguiram em passeata até a frente do Edifício-Sede da Petrobras (Edise), na Avenida Chile, onde foi feito um ato contra a venda das refinarias de petróleo da empresa e da privatização das demais estatais, como pretende Bolsonaro.
A grande maioria dos manifestantes era de estudantes que, além de lutarem pela reversão do corte de recursos para o ensino entenderam que a reforma da Previdência não atinge somente os que já estão no mercado de trabalho, mas os que se encontram no ensino fundamental, médio e superior.
“A reforma atinge também os filhos e os netos dos que hoje já estão trabalhando e serão impedidos de se aposentar”, afirmou a diretora da União Nacional dos Estudantes, Luiza Froltan, do alto de um dos caminhões de som.
A vice-presidente do Andes Sindicato Nacional dos Docentes das Universidades, Mariana Frato condenou os projetos de Bolsonaro, pois acabam com direitos previdenciários, quebram a Previdência pública, e impedem que os filhos dos pobres possam continuar estudando em universidades públicas. “O projeto de Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes é excludente e, ao mesmo tempo, abre caminho para os bancos terem mais lucros com a previdência privada e enriquece ainda mais os donos dos grandes grupos particulares de ensino para os quais serão entregues as universidades públicas”, afirmou o diretor do Sindicato dos Professores, Elson Paiva.
A diretora de Comunicação da CUT do Rio de Janeiro, Eduarda Quiroga, adiantou que as centrais sindicais, sindicatos e entidades estudantis discutirão as próximas mobilizações. Defendeu a unidade de todos os setores na continuidade desta luta e na defesa da soberania nacional ameaçada com a venda das estatais e da entrega do petróleo.

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