Domingo, 04 Agosto 2019 12:05
CENSO DA DIVERSIDADE

Pesquisa revela que bancários são contra a reforma da Previdência

 

O 3º Censo da Diversidade Bancária foi apresentado na manhã deste domingo (4/8), último dia da 21ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada na quadra do Sindicato, em São Paulo. Um dos temas abordados e que mais preocupam os trabalhadores brasileiros foi a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro, aprovada em primeiro turno na Câmara de Deputados.

Segundo o Censo, 74% dos bancários são contra a proposta que mudam as regras para a aposentadoria e ameaça extinguir o sistema de repartição da Previdência Social, criando um novo modelo de previdência privada, similar ao sistema chileno. Já 58% acredita que a mudança de cálculo para se aposentar e o aumento do tempo de contribuição prejudicam principalmente os mais pobres e as mulheres e 53% entendem que o projeto do governo vai reduzir a média do valor dos benefícios.

Aumento da desigualdade

Quase que a totalidade dos entrevistados, 88%, discorda da redução dos valores das aposentadorias e acredita que estas medidas vão aumentar a desigualdade no Brasil.

Em relação à opção defendida por partidos de oposição de que seria melhor taxar os lucros e dividendos, grandes heranças e fortunas do que retirar dos trabalhadores direitos da aposentadoria, 58% concordam com esta tese. Um número ainda considerável, 23% dos bancários, ainda acredita ser necessária a reforma da Previdência.

Como reagir

A pesquisa deixa claro que a maioria esmagadora da categoria já entendeu que a reforma da Previdência é ruim para o trabalhador.  Mas como os bancários pretendem reagir para barrar a reforma? Metade dos entrevistados pretende conversar com colegas de trabalho, amigos e familiares para ajudar na mobilização da sociedade a fim de pressionar os parlamentares e barrar o projeto no Congresso Nacional.  Já 52% consideram que a reforma só retira direitos dos trabalhadores e não onera os mais ricos. Um dado que chama a atenção é que a categoria ainda não compreendeu que a proposta do governo não só interessa, mas também é financiada pelos bancos, que têm feito forte lobby no parlamento por sua aprovação. Apenas 38% dos bancários acredita que o projeto vai beneficiar os bancos.

Saúde e bancos públicos

Outro tema abordado no Censo foi a questão da saúde relacionada ao adoecimento da categoria pelo aumento de assédio moral e pressão por metas elevadas: 38% dos empregados disseram usar algum tipo de medicação em função de doença ocupacional.

A categoria também está antenada com os riscos que representam as privatizações para o país: 52% dos entrevistados defendem os bancos públicos.

 

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