Terça, 23 Julho 2019 18:23
MAIS LUCRO E MENOS EMPREGO

Santander lucra R$ 7,12 bi no 1º semestre mas quer reduzir quadro de funcionários 

 Apesar dos lucros crescentes o Santander defende a extinção de empregos e agências físicas e o trabalho aos finais de semana. O Sindicato conseguiu, em junho, uma vitória: a suspensão do trabalho aos sábados na agência de Santa Cruz, na Zona Oeste   Apesar dos lucros crescentes o Santander defende a extinção de empregos e agências físicas e o trabalho aos finais de semana. O Sindicato conseguiu, em junho, uma vitória: a suspensão do trabalho aos sábados na agência de Santa Cruz, na Zona Oeste 

 

 O Banco Santander lucrou R$ 7,120 bilhões no 1º semestre de 2019. Om resultado representa um crescimento de 21% em relação ao mesmo período de 2018. Apesar da grande participação da empresa no Brasil em relação ao lucro global da empresa, o banco é um dos que mais defende a redução do emprego no setor, elevando os serviços digitais para reduzir custos e aumentar ainda mais os lucros. Em entrevista ao jornal O Estado de SP, em maio deste ano, o presidente da instituição no país, Sérgio Rial, disse que figura do caixa humano deverá deixar de existir nas agências brasileiras do banco espanhol. Rial declarou que o consumidor “precisa descontruir a necessidade de ser atendido por pessoas, em agências físicas”.

 Desrespeito à jornada

 O executivo é também um dos maiores defensores do trabalho nos finais de semana, contrariando a atual legislação trabalhista e a Convenção Coletiva de Trabalho que garante a categoria uma jornada semanal de segunda à sexta-feira, com descanso remunerado nos sábados, domingos e feriados. Em junho, a pressão do Sindicato garantiu uma importante vitória, pondo fim ao trabalho aos sábados, que o Santander chamava de “voluntário”, mas que na verdade era uma forma de atrair clientes para negócios e produtos, que seriam concretizados na semana de trabalho do funcionário. No Rio, a instituição usou de cobaia para a fracassada experiência, os bancários da agência de Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade.

Uma das prioridades da campanha nacional da categoria este ano é derrotar a Medida Provisória 881, que o governo Bolsonaro quer impor. Além de tentar acabar com as Cipas (Comissões Interna de Prevenção de Acidentes), a proposta autoriza o trabalho aos sábados, domingos e feriados para várias categorias, inclusive os bancários.

 Demissões

 No primeiro trimestre de 2019 o setor bancário eliminou 1.645 postos de trabalho. Foram fechadas 1.246 vagas apenas em março. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério da Economia.

“Além de serem exterminadores de empregos, os bancos não param de elevar seus lucros, à custa da exploração dos bancários. Em 2018, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander lucraram R$ 85,9 bilhões, aumento de 16,2% em relação a 2017”, afirma a diretora do Sindicato Maria de Fátima.

 

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