Segunda, 22 Julho 2019 19:02

Estrutura Sindical tem como desafio dar resposta às mudanças do mundo do trabalho

Sérgio Nobre, secretário Geral da CUT Nacional, disse que os sindicatos precisam mudar suas estruturas, tornando as entidades mais eficientes, modernas e transparentes Sérgio Nobre, secretário Geral da CUT Nacional, disse que os sindicatos precisam mudar suas estruturas, tornando as entidades mais eficientes, modernas e transparentes

Na mesa sobre a Estrutura Sindical, durante a 21ª Conferência Interestadual, no sábado (20/7), o secretário Geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, falou dos desafios do movimento sindical para enfrentar não somente a atual conjuntura política adversa, mas também as transformações do capitalismo e do mundo do trabalho. Para o cutista é necessário pensar em um novo modelo de campanha salarial, que vá além das questões econômicas e da data-base.
Ele criticou ainda a cultura arbitrária do empresariado brasileiro, que muitas vezes impede a presença de sindicalistas nos locais de trabalho.
Sindicatos e a sociedade
Sérgio Nobre alertou para os riscos da política do governo Bolsonaro de promover o desmonte dos sindicatos e citou a proposta do fim da unicidade sindical, como no modelo chileno, em que há uma pulverização de sindicatos da mesma categoria. Destacou a importância de as centrais sindicais “apresentarem projetos que tornem as entidades sindicais mais modernas e transparentes, que atendam as demandas das mudanças do mundo do trabalho”, apresentando projetos no Congresso Nacional que protejam a organização de luta dos trabalhadores, em resposta aos ataques do governo. “O papel das centrais sindicais hoje é fazer com que o conjunto da sociedade compreenda a importância dos sindicatos para a melhoria na qualidade de vida do trabalhador”.
Novos desafios
O advogado José Eymard Loguercio, especialista em direito coletivo do trabalho, disse que a atual estrutura sindical não responde mais aos desafios das transformações das relações de trabalho e mudanças na legislação trabalhista.
Eymard lembra que a CUT sempre defendeu o fim do modelo sindical atrelado ao estado e o imposto sindical, mas desde que criada novas formas de financiamento para as entidades e um modelo que garanta a autonomia e auto-regulamentação das entidades sindicais. Criticou também a Medida Provisória 881/2019, que institui a chamada “Liberdade Econômica dos mercados”.
“A lógica que querem impor sobre liberdade sindical hoje é a da opção pessoal de o ser ou não sindicalizado. Nossa luta é garantir a capacidade do trabalhador se organizar para preservar e garantir direitos, bem como organizar sindicatos com autonomia e auto-regulação”, conclui o especialista.
A mudança do Estatuto do Sindicato dos Bancários do Rio, aprovada em assembleia pela categoria, em junho deste ano, é uma etapa importante para buscar respostas a estes novos desafios da organização sindical.

Mídia