Sexta, 12 Julho 2019 19:40

Trabalhadores e estudantes ocupam Brasília contra reforma da Previdência

Protesto contra reforma, reuniu mais de 50 mil na Esplanada dos Ministérios Protesto contra reforma, reuniu mais de 50 mil na Esplanada dos Ministérios

Com uma passeata que interrompeu o trânsito na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, estudantes e trabalhadores exigiram a rejeição da Proposta de Emenda Constitucional número 6 (PEC 6), a chamada reforma previdenciária. O ato fez parte do Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência, convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e centrais sindicais, como a CUT, CTB e Conlutas e chegou a interditar todas as faixas da via S1, na altura da Rodoviária do Plano Piloto. Houve também protestos nos estados, como o da Praça XV no Rio de Janeiro.

Os participantes da mobilização na capital federal se concentraram no Museu Nacional Honestino Guimarães às 10h e iniciaram uma passeata em direção ao Congresso Nacional. Sob denúncia feita pela imprensa de compra de votos, na noite de quarta (10), a Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno, por 379 votos a 131, o texto-base da proposta que altera as regras, restringindo o acesso e reduzindo o valor de aposentadorias, pensões e demais direitos.

Mas, devido ao desgaste de aprovar um projeto antipopular extremamente prejudicial à classe média e aos mais pobres, os deputados governistas passaram a admitir que o segundo turno de votação somente aconteça em agosto. O anúncio foi feito, nesta quinta-feira (12/7), pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, antes, falava em aprovar os dois turnos antes do recesso que começa em 18 de julho.

Denunciar os parlamentares traidores

No ato da Praça XV, no Rio de Janeiro, foi unânime a avaliação entre os oradores, que a aprovação do texto da reforma em primeiro turno, foi uma batalha perdida, mas não a guerra. Para a presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, é possível barrar a reforma. Mas para isto, frisou em discurso na manifestação, é necessário ampliar a mobilização e também a denúncia dos parlamentares que estão traindo a população, colando cartazes nas ruas e redes sociais com os seus nomes e fotos.

“Outra batalha que precisamos vencer é a da contrainformação. Grande parte das pessoas não entenderam como a reforma é cruel e extremamente prejudicial, para elas e para as gerações vindouras. O governo Bolsonaro e também a mídia mentem dizendo que é preciso cortar direitos com a PEC 6 porque não há dinheiro suficiente no Orçamento da União, e que com o projeto vão pôr fim aos privilégios. Mas é justamente o contrário. Tanto é que o dinheiro apareceu na hora de comprar votos através da liberação de R$ 3,8 bilhões em emendas aos parlamentares. E mais: a reforma mantém os privilégios deles mesmos, políticos, juízes, do próprio presidente e de procuradores”, lembrou.

Drante o ato, Adriana defendeu a libertação do ex-presidente Lula, diante da comprovação de que o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro, mandou prender Lula sem provas. E que orientou os procuradores da Lava-Jato neste sentido.

A diretora da CUT do Rio de Janeiro, Maria Eduarda Quiroga, argumentou que, mais do que nunca, agora é a hora de irmos para as ruas. “E vamos fazer isto para impedir o maior ataque aos direitos previdenciários, que vai impedir as pessoas de se aposentarem, atingindo sobretudo as mulheres e os mais pobres. Ao mesmo tempo a PEC 6 tira os direitos previdenciários da Constituição Federal, permitindo que novas retiradas de direitos possam ser aprovadas por maioria simples de votos”, denunciou.

 

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