Quarta, 03 Julho 2019 18:34

Ação movida por presidente da Caixa contra ex-presidente da Feane é ataque à liberdade de expressão

Vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti, condena tentativa de intimidação Vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti, condena tentativa de intimidação


Numa clara retaliação e tentativa de censurar qualquer tipo de crítica, o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, entrou com ação judicial, de caráter sigiloso, contra o ex-presidente da Federação Nacional das Associações de Empregados do banco (Fenae), Pedro Eugênio Beneduzzi Cobra indenização por danos morais pelas posições públicas do dirigente contrárias à privatização da Caixa, à atual gestão – que vem desmontando cada as agências e demais unidades do banco, em prejuízo dos clientes e da própria instituição.
“O Sindicato repudia este comportamento antidemocrático, que, como numa ditadura, pretende calar toda voz discordante”, afirmou o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti. Acrescentou que esta tática de intimidação não vai atingir seus objetivos. “A perseguição política e a censura não têm lugar numa democracia. As críticas do ex-presidente da Fenae são as mesmas feitas por cada um de nós, dirigentes sindicais, que defendemos o que é do povo e criticamos pessoas como Guimarães e seus chefes, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, que pretendem entregar ao capital privado, a Petrobras, os Correios, a Casa da Moeda, e Eletrobrás, o Banco do Brasil e a própria Caixa”, afirmou Matileti.

Fenae repudia intimidação

O Fenae divulgou, nesta quarta-feira (3/6), nota pública de repúdio à ação movida por Pedro Guimarães. O texto intitulado ‘Por uma Caixa pública, social e forte, a Fenae se solidariza com Pedro Eugenio’, a entidade frisa que a ação que tramita na Justiça de Brasília, em caráter sigiloso, se utiliza da tática de criação do inimigo interno e da criminalização da política, configurando-se ainda como um atentado contra a liberdade de expressão traduzida na organização autônoma dos trabalhadores do banco. Para a Fenae, na prática, a ação contra Pedro Eugenio, um atuante defensor da Caixa como banco público, social e forte por mais de 30 anos, serve de biombo para pavimentar o caminho de enfraquecimento da instituição.

Veja a nota da Fenae na íntegra

Por uma Caixa pública, social e forte, a Fenae se solidariza com Pedro Eugenio
A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) expressa indignação contra a ação movida pelo atual presidente da Caixa, Pedro Guimarães, de indenização por danos morais contra Pedro Eugenio Beneduzzi Leite, de acordo com matéria veiculada no /site Consultor Jurídico (28/06).
Essa indignação se soma a uma iniciativa de solidariedade da Fenae à pessoa de Pedro Eugenio, empregado aposentado da instituição e ex-presidente da Fenae. A ação que tramita na Justiça de Brasília, em caráter sigiloso, se utiliza da tática de criação do inimigo interno e da criminalização da política, configurando-se ainda como um atentado contra a liberdade de expressão traduzida na organização autônoma dos trabalhadores do banco.
Começa-se com a censura a um empregado, o lado mais frágil, para depois atacar a sociedade civil organizada e suas entidades representativas.
Na prática, a ação do presidente da Caixa contra Pedro Eugenio, um atuante defensor da Caixa como banco público, social e forte por mais de 30 anos, serve de biombo para pavimentar o caminho de enfraquecimento da instituição. Nossa posição, tal qual a de Pedro Eugenio, sempre foi límpida como água da fonte: a Caixa é do povo brasileiro e isso tem que ser respeitado.
Assim como Pedro Eugenio, todo o movimento nacional dos empregados precisa unir-se para defender o banco, resistindo aos retrocessos perpetrados por gestores de plantão.
A Fenae sempre estará ao lado dos trabalhadores na construção de uma empresa onde haja condições dignas de trabalho e onde sejam criadas as situações adequadas para que a Caixa cumpra a meta de ser o principal pilar das políticas públicas implantadas no país. A crítica pública é necessária sempre que um gestor, qualquer que seja, demonstrar descaso pelas diretrizes inerentes da Caixa.
Sempre nos posicionamos diante de várias ameaças à função republicana da Caixa e jamais nos silenciaremos diante de tentativas sistemáticas de desmoralizar a instituição e seus trabalhadores.


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