Quarta, 29 Mai 2019 18:19
ITAÚ

Bancários retomam debate sobre fechamento de agências, em GT de Saúde

VELHAS PRÁTICAS - A diretora do Sindicato Maria Izabel(centro), membro do COE, disse que as demissões em massa já estavam sendo implementadas pelo Itaú, antes mesmo do anúncio, na grande imprensa,  de que o banco pretende fechar 400 agências em todo o país VELHAS PRÁTICAS - A diretora do Sindicato Maria Izabel(centro), membro do COE, disse que as demissões em massa já estavam sendo implementadas pelo Itaú, antes mesmo do anúncio, na grande imprensa, de que o banco pretende fechar 400 agências em todo o país

O principal tema da mesa de negociação do Grupo de Trabalho de Saúde, realizada no último dia 23 de maio, foi sobre emprego, em função da notícia veiculada na grande imprensa, de que o Itaú fecharia 400 agências físicas. O tema é hoje a maior preocupação dos funcionários, pois a informação dá a entender de que mais postos de trabalho serão extintos.
No encontro, os representantes do banco garantiram que, até a data da reunião, houve 86 fechamentos de agências no Brasil, envolvendo 501 funcionários. Desse total, 460 trabalhadores teriam sido reaproveitados e 41 demitidos. O Itaú garantiu que 94% dos trabalhadores foram realocados e que não pretende demitir empregados.
“Antes mesmo desta notícia, o banco já vem demitindo em massa, especialmente no Rio de Janeiro. Queremos a garantia de que não haja novas demissões”, explica a diretora do Sindicato do Rio e membro da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Maria Izabel, que participou da reunião, em São Paulo. A sindicalista lembra ainda que há unidades em que não está havendo o reaproveitamento de trabalhadores. Não apenas bancários têm sido afetados pela política de demissões do banco, muitos vigilantes e demais terceirizados também estão sendo prejudicados.
“Todos perdem com as demissões e extinção de agências físicas. Os clientes, porque as agências que permanecem abertas ficam ainda mais cheias, precarizando o atendimento. Bancários e terceirizados, passam a fazer parte do grande número de desempregados do país. E a sociedade passa a ter menos acesso aos serviços bancários. Somente os banqueiros ganham, porque reduzem custos e aumentam ainda mais os lucros”, destaca Izabel.
Desculpas para demitir
O banco alega “baixa performance” dos empregados dispensados, mas os sindicatos recebem denúncias de que, mesmo com bons resultados em 2018, o Itaú leva em consideração anos anteriores para justificar as demissões.
Os sindicalistas cobraram também que o banco detalhe as regiões em que estão realizadas as dispensas e os representantes da empresa prometem trazer a resposta para esta reivindicação na próxima reunião, prevista para o dia 18 de junho.
Pendências debatidas
Na questão mais específica sobre saúde, o primeiro tema debatido foi a cláusula 29, que é a complementação do auxílio doença previdenciário e o auxílio acidentário. Os bancários reivindicam que os afastados possam pagar a dívida de forma parcelada. O banco apresentou uma nova metodologia, permitindo a divisão em até três vezes para que a conta do bancário, nestes casos, não fique negativada.
“Em nossa avaliação, essa proposta do banco é insuficiente. Esta fórmula não é um parcelamento é só uma medida para tentar não negativar a conta. O que nós defendemos é a opção de parcelamento”, explica Izabel.
Os sindicatos criticaram, em relação ao programa de avaliação clínica complementar, o fato de os trabalhadores com atestado de afastamento acima de 4 dias, serem obrigados a se apresentar ao médico do trabalho do banco para fazer uma “revalidação” do atestado de seu médico pessoal.
“Consideramos esta prática, antes de tudo, uma falta de ética profissional, pois questiona o laudo do médico pessoal do trabalhador. Além disso, é este médico pessoal quem conhece melhor a saúde do bancário pois já acompanha a trajetória de seu paciente”, acrescenta.
Os bancários querem melhorar as condições para o retorno do empregado que volta da licença médica. Foi cobrado do banco ainda a solução para os problemas na entrega dos documentos do afastamento. Foi debatida a possibilidade da implementação da entrega desses documentos na plataforma do IU Conecta para diminuir os problemas. Os representantes dos trabalhadores cobraram ainda a definição de calendário para as reuniões do GT. A ideia é fazer reuniões periódicas para avançar os temas em debate.

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