Segunda, 20 Mai 2019 19:21

Caixa descumpre acordo e, depois, desconta mensalidade em duplicidade

Descumprindo o acordo coletivo específico, a diretoria da Caixa Econômica Federal não descontou a mensalidade sindical dos empregados na folha de abril. Para garantir o respeito ao ACT a Contraf-CUT conseguiu liminar. Sem qualquer aviso, o banco promoveu o desconto em duplicidade em maio, provocando descontentamento entre os empregados.
O objetivo do governo federal, que detém 100% do controle da Caixa, é o de atacar o movimento sindical, a começar pelas finanças, a fim de fragilizar a luta contra medidas que afetam todo o setor público. A decisão de não descontar seguiu a Medida Provisória 873/2019, baixada por Bolsonaro em 1º de março proibindo o desconto para todas as categorias. O diretor do Sindicato, Rogério Campanate, lembrou que a MP é inconstitucional por interferir na liberdade de organização sindical. Acrescentou que a autorização para o desconto, exigida pela MP, consta da ficha de filiação ao Sindicato, assinada pelo bancário. “Neste episódio, a Caixa, leia-se governo Bolsonaro, agiu para prejudicar os funcionários duas vezes. Nem os bancos privados se recusaram a fazer o desconto”, afirmou Rogério.
Sindicatos cobram reposição de funcionários
A Contraf-CUT e sindicatos cobraram da direção da CEF, a reposição de funcionários. O anúncio do presidente do banco, Pedro Guimarães, na última sexta (17), de abertura de um novo programa de demissão voluntária (PDVE) aumenta a preocupação com a sobrecarga de trabalho. O objetivo é reduzir até 3,5 mil dos 28 mil empregados da matriz e escritórios regionais.
A Caixa encerrou 2018 com 101 mil trabalhadores, o menor número desde 2014. Hoje, este são 84 mil. “Sempre que a CEF implementa um PDVE, o resultado é mais sobrecarga de trabalho, adoecimento e piora no atendimento, com o aumento das filas”, alerta o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti.

 

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